26 dezembro 2022 21:58
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Aliaksandra Herasimenia, considerada uma das melhores atletas bielorrussas das últimas décadas, foi condenada por fundar uma “organização criminosa” e “difundir informações falsas” sobre o regime
26 dezembro 2022 21:58
Um tribunal de Minsk condenou esta segunda-feira Aliaksandra Herasimenia a 12 anos de prisão. A ex-nadadora olímpica, que vive no exílio, é considerada uma das atletas bielorrussas que mais se destacou nas últimas décadas.
Segundo a organização de defesa de Direitos Humanos Viasna, citada pelo El País, o processo decorria desde 19 de dezembro sem a presença em tribunal da acusada. Aliaksandra Herasimenia foi condenada por ter fundado uma “organização extremista”, assim como pedido “sanções contra a Bielorrússia” e “difundir informações falsas sobre os acontecimentos” que ocorreram no país desde 2020.
A atleta representou a Bielorrússia nos Jogos Olímpicos de Londres 2012 e no Rio de Janeiro em 2016, onde ganhou respetivamente duas medalhas de prata e uma de bronze. Retirou-se em 2019 e vive no exílio, sendo uma voz crítica ao regime liderado Aleksander Lukashenko, instalado no poder desde 1994.
Em 2020 (quando a Bielorrúsia foi palco de uma onda de protestos contra a reeleição fraudulenta de Lukashenko), fundou a Fundação Bielorrusa para a Solidariedade Deportiva, considerada pelas autoridades nacionais uma “organização extremista" por apoiar atletas opositores. A sua atividade com a associação forçou-a a abandonar o país, refugiando-se na Ucrânia.
Desde o início da invasão russa, Aliaksandra Herasimenia condenou também publicamente o apoio do regime bielorusso à Rússia. “A Ucrânia nunca foi nossa inimiga, é um povo irmão”, afirmou nos primeiros dias do conflito. Dias depois foi novamente forçada a fugir com a família, estando atualmente a viver em Vilnius, na Lituânia.