Internacional

Desinformação e "tentativas de manipular a opinião pública" levam Moldova a suspender seis canais de televisão

As licenças de transmissão de seis canais de televisão na Moldova foram suspensas devido a acusações de desinformação, cobertura imprecisa da guerra na Ucrânia e "tentativas de manipular a opinião pública", disseram as autoridades.

Maia Sandu, presidente da Moldova, elogiou a decisão de suspensão dos canais de televisão
SARAH MEYSSONNIER

As licenças de transmissão de seis canais de televisão na Moldova foram suspensas devido a acusações de desinformação, cobertura imprecisa da guerra na Ucrânia e "tentativas de manipular a opinião pública", disseram as autoridades.

A decisão de suspender as licenças dos canais First in Moldova, RTR Moldova, Accent TV, NTV Moldova, TV6 e Orhei TV foi anunciada na sexta-feira pela Comissão para Situações Excecionais da Moldova, estabelecida após a invasão russa da vizinha Ucrânia.

As suspensões foram feitas depois de o Conselho Audiovisual da Moldova ter reportado "falta de informações corretas na cobertura de eventos nacionais, mas também da guerra na Ucrânia".

As suspensões visam "evitar o risco de desinformação" ou "tentativas de manipular a opinião pública", avançou a comissão.

Quatro dos seis canais suspensos -- First in Moldova, RTR Moldova, NTV Moldova e TV6 -- transmitem regularmente programas de canais de TV russos que na sexta-feira foram proibidos pelo Conselho Europeu como parte de uma nova onda de sanções contra a Rússia.

As emissoras russas proibidas, disse o Conselho da UE, estão sob o "controlo direto ou indireto da liderança da Federação Russa e foram usadas por (esta) última para as suas contínuas e concertadas ações de desinformação e propaganda de guerra".

A TV6 considerou a suspensão "totalmente infundada" e "um ataque sem precedentes à liberdade de expressão, liberdade editorial (e) liberdade dos jornalistas".

O argumento da comissão "não é apenas totalmente infundado, mas também totalmente falso", disse o canal, num comunicado publicado no Facebook.

A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Maria Zakharova, disse que a medida é "uma violação cínica dos direitos das minorias nacionais".

Alguns dos canais suspensos pertencem a pessoas próximas a Ilan Shor, um oligarca moldavo fugitivo que lidera o Partido Shor, amigo da Rússia.

Nos últimos meses, o partido organizou grandes protestos na capital da Moldova, Chisinau, contra o governo pró-Ocidente.

A presidente da Moldova, Maia Sandu, elogiou as suspensões, afirmando que são "um passo importante para evitar tentativas de desestabilizar" o país.

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