17 dezembro 2022 17:37

Após a sua detenção e acusação, Eva Kaili foi destituída pelo Parlamento Europeu na passada terça-feira
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Detenção de antiga vice-presidente pressiona eurodeputados, cujas decisões são postas em causa. Este é “provavelmente o escândalo mais chocante” que já atingiu a UE, diz ao Expresso o professor de direito europeu Alberto Alemanno
17 dezembro 2022 17:37
Foi um golpe na imagem e na credibilidade do Parlamento Europeu (PE), que passou a semana a tentar limpar os estragos provocados pela detenção da grega Eva Kaili. Os eurodeputados retiraram-lhe, em peso, o título de vice-presidente e deixaram-na isolada nas suspeitas de corrupção e branqueamento de capitais. Foi deixada cair com estrondo pela própria família política. Os socialistas expulsaram-na e nenhum colega se atreveu a defendê-la em público com base na presunção de inocência. Passou de estrela a pária, sem bancada, funções ou cargos.
O advogado de Kaili repete que ela “é inocente” e se sente “traída” pela forma como “foi retratada” em Estrasburgo. Mas o PE está focado em sobreviver e ultrapassar aquele que é, segundo o analista Alberto Alemanno, “provavelmente o escândalo mais chocante” que o atingiu. O professor de direito europeu avisa que esta pode ser apenas “a ponta do icebergue”. Primeiro, porque a investigação está a decorrer e “pode levar a mais revelações”, mais deputados e funcionários envolvidos. Segundo, porque “se o Catar conseguiu influenciar a este nível”, não pode excluir-se que “outros países tenham tentado e conseguido fazer o mesmo”.
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