Internacional

ONU mantém acusações à China de crimes contra a Humanidade

Protestos contra a política de "zero covid# em Beijing, na China, dia 28 de novembro
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Kevin Frayer

O alto-comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Turk, garantiu que mantém as conclusões de um relatório divulgado pela sua antecessora que aponta o tratamento dado pela China aos uigures

O alto-comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos reafirmou esta sexta-feira as conclusões de um relatório divulgado pela sua antecessora. O document atribui à China crimes contra a Humanidade. A questão é das mais complexas que Volker Turk enfrenta desde que assumiu o cargo, em outubro, depois de Pequim ter pressionado a sua antecessora a não publicar o relatório, o que Michelle Bachelet fez poucos minutos antes de terminar o seu mandato.

Lê-se no documento que as detenções feitas pela China a membros da minoria uigure e de outros grupos étnicos muçulmanos na região ocidental de Xinjiang podem constituir crimes contra a Humanidade. “O meu foco é seguir as recomendações contidas no relatório”, afirmou Turk, numa conferência de imprensa em Genebra. Comentou algumas das situações mais preocupantes do mundo em matéria de direitos humanos.

Classificando o relatório como “muito importante”, o alto-comissário sublinhou que vai continuar a tentar discutir as alegações de abusos com a China. “Continuaremos, e eu continuarei pessoalmente, a debater com as autoridades” chinesas, prometeu. Pequim, que nega as acusações, assegurou na altura que deixaria de cooperar com o Alto Comissariado da ONU caso o relatório fosse divulgado.

Um esforço liderado pelo Ocidente para lançar um debate sobre o relatório de Xinjiang no Conselho de Direitos Humanos falhou, em outubro, devido à forte pressão chinesa. A ONU comemora no sábado o Dia Internacional dos Direitos Humanos, dia em que se assinala o aniversário da adoção da Declaração Universal dos Direitos Humanos, em 1948.

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