Internacional

Combate ao discurso de ódio é o mote para o dia internacional de prevenção do genocídio

Refugiados rohingya fogem para o vizinho Bangladesh
Refugiados rohingya fogem para o vizinho Bangladesh
Paula Bronstein/Getty Images

A cerimónia que assinala esta sexta-feira o Dia Internacional de Comemoração e Dignidade das Vítimas do Crime de Genocídio vai lançar um um plano de ação para combater o discurso de ódio, anunciou a ONU. Com o papel do desporto em grande destaque, o plano pretende "promover a paz e a inclusão e dar destaque às formas de prevenção destes crimes"

O papel do desporto na promoção da paz e da inclusão será este ano o tema do Dia Internacional de Comemoração e Dignidade das Vítimas do Crime de Genocídio e da Prevenção deste Crime, que se assinala esta sexta-feira.

O dia, que marca o 74.º aniversário da Convenção sobre a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio (que providencia a primeira definição de genocídio em direito internacional), vai ser assinalado com o lançamento de um plano de ação para combater o discurso de ódio, anunciou a ONU.

O tema foi escolhido no ano em que se realiza o Campeonato do Mundo de Futebol no Qatar e em que a federação internacional de futebol e o sindicato internacional de jogadores lançaram um serviço baseado em inteligência artificial que visa combater o discurso de ódio nas plataformas 'online'.

O plano, que será apresentado em Nova Iorque, nos Estados Unidos, em conjunto com a Cimeira Global Erradicar o Ódio, pretende "promover a paz e a inclusão e dar destaque às formas de prevenção destes crimes", explica a ONU na sua página de Internet.

A edição deste ano do Dia Internacional de Comemoração e Dignidade das Vítimas do Crime de Genocídio e da Prevenção deste Crime será ainda marcada pelas notícias recentes de acusações de genocídios em algumas zonas do mundo.

É o caso da Ucrânia, alvo de uma ofensiva militar russa desde fevereiro passado. Um relatório independente divulgado em maio concluiu haver provas suficientes de que a Rússia está a promover e cometer atrocidades destinadas a destruir o povo ucraniano.

A recente decisão de um tribunal independente de considerar como genocídio o tratamento dado pela China à minoria muçulmana uigur, na província de Xinjiang, é outro caso em foco.

Também a recente aprovação pelo Senado da Irlanda e pelo parlamento alemão de resoluções que classificam como genocídio o "Holodomor", a fome que há 90 anos matou milhões na Ucrânia, também deverão marcar o dia internacional deste ano.

O flagelo histórico cometido pelo regime estalinista na Ucrânia soviética, também designado como "A Grande Fome" ou "A Fome-Terror", fez, entre 1932 e 1933, cerca de 3,5 milhões de vítimas ucranianas -- aliás "Holodomor" significa em ucraniano isso mesmo: exterminação pela fome.

A cerimónia para assinalar o dia será hoje aberta com um discurso do secretário-geral da ONU, António Guterres, que deverá ser seguido por intervenções do presidente da Assembleia-Geral da ONU, Csaba Korosi, e da subsecretária-geral e assessora especial para a prevenção do genocídio, Alice Wairimu Nderitu.

Este dia internacional foi instituído pela ONU em setembro de 2015.

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