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Pouca cenoura e muito pau contra quem protesta. Reportagem dentro dos protestos na China

Detenção de um manifestante em Xangai no dia 27 de novembro
Detenção de um manifestante em Xangai no dia 27 de novembro
HECTOR RETAMAL/AFP/GETTY IMAGES

Manifestações. Críticos da ditadura comunista têm dificuldade em manter a chama acesa face à dureza de Pequim

Eva Rammeloo, em Xangai

Quando Pei, de 28 anos, acordou na manhã de domingo, 27 de novembro, percebeu que tinha estado a dormir durante acontecimentos a que nunca assistira. Pelo ecrã do seu telemóvel passavam dezenas de vídeos de manifestações contra as restrições anticovid na China. Para registar o espírito dessa resistência — em larga medida alimentada pela morte de dez pessoas na região de Xinjiang, confinadas à força num prédio onde deflagrou um incêndio, sem conseguirem sair —, agarrou na máquina fotográfica e partiu de bicicleta. Perto da Rua Wulumuqi parou para captar umas imagens. Foi atirado ao chão por cinco agentes da polícia.

“Disseram-me para não tirar fotos. Têm muito medo de que conte a verdade.” A verdade, segundo Pei, é que o Partido Comunista Chinês (PCC) chefia um “Governo ilegal”. Prossegue: “Gosto de liberdade, democracia e de andar na internet. Tudo isso é contra a lei na China.”

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