De casaco roxo de lantejoulas, Sue soluça no ombro da sua amiga. “Está muito triste”, explica esta última ao Expresso. “E feliz, também.” A própria Sue levanta a cabeça, de olhos marejados. “Talvez algo esteja, por fim, a mudar.”
Num país onde a polícia se apressa a dispersar tudo quando se assemelhe (ainda que vagamente) a uma manifestação, esta multidão é surpreendente. Os protestos começaram no passado sábado, como vigília ao fim da tarde pelos dez uigures que morreram num prédio, vítimas de incêndio durante um confinamento forçado. Os jovens passaram a palavra nas redes sociais e em aplicações de comunicação criptografada.
Quando os cafés e discotecas fecharam, centenas de pessoas de indumentaria reluzente aderiram à concentração. A polícia assistiu a tudo à distância.
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