Internacional

Genocídio do povo ucraniano cometido pelo regime de Estaline reconhecido pelo Senado da Irlanda

Genocídio do povo ucraniano cometido pelo regime de Estaline reconhecido pelo Senado da Irlanda
MICHAL CIZEK/GETTY IMAGES

A câmara alta do Parlamento irlandês aprovou esta quinta-feira o reconhecimento do "Holodomor" como o extermínio pelo regime soviético de milhões de ucranianos durante a década de 1930

A câmara alta do Parlamento irlandês aprovou esta quinta-feira o reconhecimento do "Holodomor" como o extermínio e genocídio ucraniano de milhões de pessoas durante a década de 1930, pelo regime soviético de Joseph Estaline.

"Agradeço ao Senado irlandês, por reconhecer o "Holodomor" de 1932-1933 como o genocídio do povo ucraniano. Tendo sobrevivido à "Grande Fome" no passado, a Irlanda conhece o horror da fome e partilha a nossa dor. Iremos recordar sempre este movimento amigável", destacou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Dmytro Kuleba, numa reação a esta decisão na rede social Twitter.

A Embaixada da Ucrânia na Irlanda, por sua vez, qualificou a medida como "histórica".

"A Irlanda é um dos nossos amigos mais próximos que não tem medo de chamar as coisas pelo nome", sublinhou a embaixada também através do Twitter.

Uns sete milhões de ucranianos terão morrido depois de serem desapossados das suas terras pelo regime soviético de Joseph Estaline no chamado "Holodomor" (1932-1933).

Com esta decisão, a Irlanda junta-se a outros países, como a Roménia, que reconheceram recentemente o "Holodomor", cuja comemoração se celebra a 28 de novembro, como um genocídio do povo ucraniano.

Genocício evocado pelo Papa Francisco

Também esta semana o Papa Francisco relacionou o sofrimento atual dos ucranianos com o "genocídio causado por Estaline" nos anos 30.

Francisco recordou que sábado marca o 90.º aniversário do início da fome do tempo da dominação soviética.

"Oremos pelas vítimas deste genocídio e oremos por tantos ucranianos, crianças, mulheres, idosos e bebés que hoje sofrem o martírio da agressão", acrescentou.

Até este ano, apenas 17 países tinham reconhecido oficialmente o "Holodomor" como um genocídio, segundo o Museu Holodomor em Kiev.

De acordo com o Museu Holodomor em Kiev, apenas 16 estados para além da Ucrânia tinham reconhecido a fome como genocídio: Austrália, Equador, Estónia, Canadá, Colômbia, Geórgia, Hungria, Letónia, Lituânia, México, Paraguai, Peru, Polónia, Portugal, Estados Unidos e o Vaticano.

Alguns outros países, como a Argentina, Chile e Espanha, condenaram-no como "um ato de extermínio".

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