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Com a camiseta amarela ‘capturada’ por Bolsonaro, torcedores brasileiros enfrentam dilema na hora de apoiar a seleção

Usada pelos apoiantes de Jair Bolsonaro, para exaltar o lema “Deus, pátria e família”, a “amarelinha” passou a ser rejeitada pelos apoiantes de Lula da Silva
Usada pelos apoiantes de Jair Bolsonaro, para exaltar o lema “Deus, pátria e família”, a “amarelinha” passou a ser rejeitada pelos apoiantes de Lula da Silva
Cris Faga / NurPhoto / Getty Images

No 'país do futebol', a adesão incondicional dos brasileiros à sua seleção vem-se desgastando. "Embora o futebol seja, sem dúvida, o desporto mais popular, atualmente a devoção dos brasileiros está concentrada na paixão pelos clubes", diz ao Expresso um antropólogo brasileiro. Cinco razões explicam o distanciamento, a começar pela conotação política que a camisola ‘canarinha’ hoje tem

Margarida Mota

Jornalista

“Verde e amarelo, verde e amarelo

Boto fé, não me iludo

Nessa estrada ponho o pé, vou com tudo

Terra firme, livre, tudo o que eu quis do meu país

Onde eu vou vejo a raça

Forte no sorriso da massa

A força desse grito que diz: É meu país”

(Excerto de “Verde e Amarelo”, Roberto Carlos)

Nos anos 1980, “Verde e Amarelo”, na voz de Roberto Carlos, tornou-se uma espécie de hino não oficial do Brasil. Na letra, o “rei” da música brasileira descreve um povo de “garra” que encara as adversidades da vida, “vestindo essa camisa feliz do meu país”.

Cinco décadas depois, a “camisa” que Roberto Carlos exaltou tornou-se símbolo de divisão. Hoje, um brasileiro com a ‘amarelinha’ no corpo — ou que se passeie a agitar a bandeira verde e amarela — é de imediato rotulado de apoiante de Jair Bolsonaro.

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