Internacional

Lula está em Portugal, janta com Costa e reúne-se com Marcelo, porque o Brasil quer liderar uma "nova governança global"

18 novembro 2022 17:16

O novo presidente Lula da Silva foi à COP27 e visitou o pavilhão brasileiro, em Sharm el-Sheikh, no Egito, onde se encontrou com ativistas indígenas

christophe gateau/getty images

Lula da Silva, Presidente eleito do Brasil, quer marcar a diferença com Jair Bolsonaro e visita Portugal antes de tomar posse a 1 de janeiro de 2023. O Lula do terceiro mandato vai ser diferente do Lula que tomou posse em 2003 ou em 2007, e disse no Egito que quer que a COP 30 se realize na Amazónia, o pulmão do planeta. Um operário em permanente construção que quer “acabar com o privilégio de veto” no Conselho de Segurança das Nações Unidas

18 novembro 2022 17:16

No regresso do Egito, onde propôs que o Brasil fosse país anfitrião da COP30 (conferência do clima das Nações Unidas a realizar em 2025), Luiz Inácio Lula da Silva visita Portugal para se encontrar com o Presidente da República e o primeiro-ministro. Um sinal de esperança para muitos, que veem nesta paragem do futuro Presidente do Brasil em Lisboa uma nova página das relações entre os dois países. “A expectativa é grande, mas só se baseia na densidade das relações que existiram entre os dois países durante os anos em que Lula foi Presidente”, afirma ao Expresso o diplomata Francisco Seixas da Costa, que foi embaixador de Portugal no Brasil entre 2005 e 2009, perío­do que corresponde a “parte do primeiro mandato de Lula e parte do seu segundo mandato”.

Na prática, reina a indefinição sobre o que irá ser o futuro das relações bilaterais. A um mês e meio da posse de Lula como 39º Presidente do Brasil, não se sabe quem irá ser o ministro das Relações Exteriores (Negócios Estrangeiros). “Nos quatro anos que estive no Brasil, o Governo reuniu-se meia dúzia de vezes” em encontro plenário, diz Seixas da Costa. As reuniões do Conselho de Ministros, semanais em Portugal, são pouco frequentes no Brasil, que tem um sistema de governação mais “personalista”.