Há exatamente dois meses, o Irão começava a revelar sintomas do desconforto que as regras apertadas da teocracia em vigor desde 1979 provocam numa fatia da população cada vez mais sonora. Em dezenas de cidades, milhares de pessoas começaram a sair às ruas em protesto contra a violência do regime, que acabara de ceifar mais uma vida — Mahsa Amini, curda de 22 anos, morreu a 16 de setembro, num hospital de Teerão, na sequência de ferimentos infligidos pela polícia da moralidade.
No Irão, protestar em público implica riscos acrescidos, dada a omnipresença nas ruas de forças zelosas da Revolução Islâmica, que investem sobre os transeuntes ao mínimo indício de desobediência — no caso de Mahsa, por não ter colocado corretamente o véu islâmico (hijab), de uso obrigatório para as mulheres.
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