Espanha vive uma autêntica tormenta política desde que o Governo de Pedro Sánchez decidiu rever a fundo o enquadramento legal do delito de sedição no Código Penal. Foi esta legislação que o Tribunal Supremo aplicou para condenar a severas penas de cadeia e inabilitação política as figuras implicadas na tentativa de secessão catalã de outubro de 2017, o mais sério esforço dos sectores separatistas da região para proclamar uma República independente.
O conflito de identidade da Catalunha e a aspiração de parte da sua população a separar-se de Espanha é o principal obstáculo à convivência pacífica no país. O Governo espanhol — coligação entre o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE, centro-esquerda) e a frente Unidas Podemos (UP, esquerda populista) — olha para a reforma como passo politico necessário de uma série calculada para normalizar a vida na região, que, considera Sánchez, começa a dar frutos.
O processo de “pacificação” começou, em 2021, na visão do Executivo espanhol, com a concessão de indultos aos políticos catalães condenados. A medida elimina o argumento separatista da vitimização, rouba trunfos a quem prefere a rutura unilateral e permite acalmar a Catalunha, indicam ao Expresso fontes do Executivo.
Apoio à independência unilateral caiu
O primeiro-ministro tem afirmado em intervenções públicas recentes que a Catalunha “está hoje muito melhor do que em 2017”. A última sondagem do Centro de Estudos de Opinião (CEO), organismo dependente do governo regional catalão, aponta que só 11% dos catalães apoiam uma declaração unilateral de independência. Os que sonham com um referendo de autodeterminação caíram para 42%, com tendência para baixar.
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