Internacional

Tribunal de Hong Kong nega fiança a português acusado do crime de sedição

Foto de arquivo do centro comercial em Causeway Bay, em Hong Kong
Foto de arquivo do centro comercial em Causeway Bay, em Hong Kong
Bloomberg/ Getty Images

Um tribunal de Hong Kong negou pela segunda vez fiança a um cidadão português de 40 anos, detido por suspeitas do crime de sedição, avançou a imprensa da região chinesa

Um tribunal de Hong Kong negou na sexta-feira o pedido de fiança a um homem de 40 anos com passaporte português, que está acusado pelas autoridades do crime de sedição.

Joseph John, cujo nome chinês é Kin Chung Wong, foi detido há duas semanas por “trazer ódio” e “incitar à violência” contra as autoridades controladas pela China. Alegadamente, terá criticado o governo de Hong Kong nas redes sociais. As publicações terão sido feitas entre 9 de outubro e 1 de novembro.

O homem é funcionário da Royal College of Music, em Londres, confirmou a faculdade britânica ao Expresso. Quando foi detido, estava em Hong Kong por “razões familiares”.

O homem já tinha visto o mesmo tribunal negar-lhe fiança a 4 de novembro. Desta vez, não esteve presente na sessão, dispensou o advogado de defesa e disse ao tribunal que não precisa de um advogado oficioso.

Em tribunal disse ainda não ter intenção de pedir novamente fiança após oito dias, pelo que ficará detido de forma preventiva até ao julgamento, marcado para 26 de janeiro do próximo ano.

A sessão contou com a presença de representantes da Delegação da União Europeia em Hong Kong conforme avançou o ministério dos Negócios Estrangeiros ao Expresso na semana passada. “O consulado-geral de Portugal em Macau e Hong Kong tem estado a desenvolver contactos com as autoridades da Região Autónoma Especial (RAEK) de Hong Kong, com a família do Sr. Kin Chung Wong - cidadão português e portador de bilhete de identidade da RAEHK - e com o seu advogado”, disse fonte oficial do governo.

O juiz que negou a fiança ao cidadão português é um dos nomeados pelo governo de Hong Kong para lidar com casos ligados à lei de segurança nacional. A legislação foi aprovada em 2020, à revelia da população, e tem contribuído para diminuir ainda mais a liberdade de expressão em Hong Kong.

Apesar disso, o cidadão português foi acusado ao abrigo de uma outra lei, da era colonial britânica, que tem sido cada vez mais utilizada para silenciar vozes críticas.

A região vizinha de Macau, onde está instalado o consulado-geral de Portugal responsável também por Hong Kong, impõe ainda restrições, incluindo quarentena obrigatória em local designado, à entrada de pessoas, por motivos de controlo da pandemia de covid-19.

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