A longa madrugada eleitoral nos EUA pode prolongar a angústia, afinal, por vários dias. Isto porque a resistência dos Democratas acabou por se revelar bem superior à que se imaginava pelas sondagens dos últimos dias, mas também porque no Senado e também na Câmara dos Representantes há ainda muitos lugares em aberto, com contagens que podem demorar horas, ou até dias. Mas vamos às conclusões que já é possível tirar.
1. Os Republicanos estão a um passo de controlar a Câmara dos Representantes (mas não por muito)
A primeira surpresa da noite é a capacidade de resistência dos Democratas, até mesmo na Câmara dos Representantes, onde se esperava uma verdadeira onda vermelha nestas midterms.
De acordo com o Cook Political Report, havia 64 lugares em aberto nesta eleição. Nos casos em que havia uma tendência, Democratas e Republicanos ainda não perderam qualquer assento. Já nos 36 que estavam empatados nas sondagens, os gráficos do “Financial Times” mostram que - às 9h00 da manhã de Lisboa - os Democratas tinham conseguido segurar 11 e os republicanos três. O “New York Times” estimava, à mesma hora, para uma curta vitória dos Republicanos, com 224 lugares contra 221 dos Democratas. Confirmando-se, será uma vitória curta - sobretudo se comparada com a de há oito anos contra Barack Obama, quando os republicanos tomaram mais de 60 lugares nas midterms. Mas, claro, a vitória terá consequências.
Com uma maioria na Câmara, os republicanos poderão travar a agenda legislativa de Biden e dos Democratas, nomeadamente lançar investigações sobre a administração Biden (ou sobre o seu filho, Hunter, muitas vezes alvo de Trump), assim como tentar determinar uma agenda legislativa - como redução de impostos, um travão ao sistema de saúde público montado por Obama, uma reforma dos apoios sociais. A sua capacidade de a implementar será reduzida, porque Biden terá poder de veto - mais ainda se o Senado continuar Democrata (já lá vamos).
Mas, pior, se a margem da vitória for estreita, os republicanos terão de exercer uma incrível habilidade táctica e estratégica para manter o seu partido unido nas votações principais, como conta a BBC.
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