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Coreia do Norte dispara 80 tiros de artilharia na direção de "zona tampão" marítima

Coreia do Norte dispara 80 tiros de artilharia na direção de "zona tampão" marítima
REUTERS

Os disparos são "uma clara violação" do acordo inter-coreano de 2018, que estabeleceu essas "zonas tampão" para reduzir as tensões entre os dois lados, disse o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul

A Coreia do Norte disparou na quinta-feira cerca de 80 tiros de artilharia em direção a uma "zona tampão" marítima, anunciou Seul, depois do prolongamento de exercícios militares conjuntos da Coreia do Sul com os Estados Unidos.

Na quinta-feira, o Pentágono tinha anunciado o prolongamento por mais um dia, até sábado, da "Tempestade Vigilante", um exercício aéreo combinado com a Coreia do Sul, programado para terminar hoje.

Logo após o anúncio, os militares de Seul detetaram cerca de 80 disparos de artilharia do Norte em direção a uma "zona tampão" marítima da área de Kumkang, na província de Kangwon, na costa leste do país.

Os disparos são "uma clara violação" do acordo inter-coreano de 2018, que estabeleceu essas "zonas tampão" para reduzir as tensões entre os dois lados, disse o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul.

A Coreia do Norte lançou mais de 20 mísseis nos últimos dois dias em resposta aos exercícios militares dos Estados Unidos e da Coreia do Sul, iniciados na segunda-feira.

Os testes balísticos efetuados na quarta-feira incluíram pelo menos 23 mísseis, bem com cerca de 100 projéteis de artilharia que foram disparados numa zona de amortecimento marítima oriental.

Já hoje, o Japão anunciou que irá melhorar o sistema 'J-Alert', de alerta à população sobre emergências como mísseis ou sismos, após os últimos lançamentos de mísseis da Coreia do Norte, um dos quais ativou na quarta-feira este alerta em várias regiões do país, embora nenhum projétil tivesse sobrevoado o arquipélago.

O porta-voz do governo japonês, Hirokazu Matsuno, fez o anúncio, na sequência de críticas recentes contra o sistema de alerta civil, alegadamente lento a responder ao lançamento da Coreia do Norte.

"Enviámos o alerta o mais rápido possível assim que recebemos as informações, mas como recebemos opiniões de que deve ser feito ainda mais cedo, ministérios e agências relacionadas trabalharão juntos para melhorar o sistema", garantiu Matsuno.

O 'J-Alert' também tinha sido criticado, depois de, em 04 de outubro, ter dado, devido a um erro, o alerta em nove cidades e vilas da região metropolitana de Tóquio, em resposta a um lançamento de um míssil balístico norte-coreano que sobrevoou o norte do Japão.

Além deste erro, o alerta foi enviado à população do norte do Japão de forma tardia, apenas no momento em que o míssil norte-coreano sobrevoava a região e não com dez minutos de antecedência, para permitir aos residentes procurar um abrigo.

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