Internacional

Chanceler alemão na China: Xi diz a Scholz que a confiança é fácil de destruir e difícil de refazer

Scholz foi criticado pela sua visita oficial à China
Scholz foi criticado pela sua visita oficial à China
KAY NIETFELD/Getty Images

Um dia em Pequim para restabelecer contacto com o país que acaba de reforçar os poderes do seu líder, Xi Jinping, valeram ao chanceler alemão duras críticas. Olaf Scholz viajou com uma dúzia de líderes empresariais alemães, incluindo os presidentes executivos da Volkswagen, BMW, BASF, Bayer e Deutsche Bank

Lusa e Reuters

O Presidente chinês, Xi Jinping, recebeu o chanceler alemão, Olaf Scholz, o primeiro líder do G7 a visitar a China desde o início da pandemia de covid-19, avisando sobre a facilidade com que a confiança política mútua pode ser destruída.

A visita de um dia de Scholz a Pequim pode ser vista como um teste às relações da China com o Ocidente após anos de tensões crescentes, dizem analistas, uma vez que as conversações passam por temas como a guerra na Ucrânia, as alterações climáticas e o acesso recíproco aos mercados.

Durante o almoço com Scholz, Xi sublinhou o quanto é fácil destruir a confiança política mútua e como é difícil reconstruí-la, sendo trabalho dos dois lados cuidarem dela, segundo reportou a agência chinesa Xinhua. Xi disse ainda que a China e a Alemanha devem respeitar mutuamente os seus interesses centrais, tal como frisara, ao receber Scholz junto À Grande Muralha do Povo, no coração de Pequim, que os dois países devem trabalhar com mais proximidade em assuntos internacionais.

“Enquanto países grandes e influentes, em tempos de mudança e tumulto, a China e a Alemanha devem trabalhar ainda mais juntas para contribuir para a paz e desenvolvimento mundiais”, disse Xi Jinping citado pela cadeia de TV oficial CCTV.

“No presente, a situação internacional é complexa e volátil”, acrescentou o Presidente chinês.

Antes do encontro para almoço, Olaf Scholz afirmou a importância de se encontrarem pessoalmente durante tempos tensos e disse que a invasão da Ucrânia pela Rússia estava a criar problemas para a ordem global baseada em regras, segundo uma gravação fornecida pela delegação alemã.

Taiwan e o futuro

Durante a conferência de imprensa após o encontro com o primeiro-ministro demissionário, Li Keqiang, no final da tarde, Scholz disse ter levantado a questão de Taiwan, a ilha que a China reclama como seu território sem nunca ter renunciado ao uso da força para manter sob seu controlo.

“Tal como os Estados Unidos e outros países, defendemos uma política de uma China. Mas deixei igualmente claro que qualquer alteração ao status quo de Taiwan deve ser pacífica e de mútuo consentimento”, disse o chanceler alemão.

Embora o governo de Scholz tenha já sinalizado um afastamento da abordagem puramente comercial em relação à China, cultivada pela antecessora Angela Merkel, o chanceler alemão é acompanhado por uma delegação empresarial, que inclui os presidentes executivos da Volkswagen, BioNtech ou Siemens.

O líder alemão foi criticado por visitar a China logo após Xi, de 69 anos, obter um terceiro mandato como secretário-geral do Partido Comunista Chinês e elevar aliados ao topo da estrutura do poder na China que apoiam a sua visão de controlo mais rígido sobre a sociedade e a economia e uma abordagem mais conflituosa em relação ao Ocidente.


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