“Putin é uma personagem shakespeariana, tem uma dimensão teatral que não vive de todo na cultura atual”

Escritor, comentador político e ex-conselheiro de políticos como Matteo Renzi [deputado, primeiro-ministro de Itália 2014-16], Giuliano Da Empoli foi número dois da política cultural da cidade de Florença e fundou o think tank italiano Volta, que ainda dirige. São muitos os pontos de vista em volta do poder que este escritor formado em direito e ciência política pratica e aciona no livro “O Mago do Kremlin”, que é lançado em tradução portuguesa no dia 8 de novembro pela editora Gradiva.

Dois dias depois de Da Empoli conversar com o Expresso, o seu livro ganhou o Grande Prémio do romance da Academia Francesa. Os direitos foram vendidos para mais de 20 países no espaço de uma semana.

A identidade europeia é um dos temas que Da Empoli mais recentemente trabalhou e foi enquanto europeu, ciente das diferenças fundamentais entre a Rússia e o Ocidente, que escreveu este seu primeiro romance. “O Mago do Kremlin” baseia-se numa personagem compósita, Vadim Baranov, conselheiro que terá lançado Vladimir Putin no jogo teatral onde nada é certo e a verdade e o seu contrário têm a mesma validade.