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Eleições dos EUA: futuro do Congresso depende de uma mão-cheia de estados

Eleições dos EUA: futuro do Congresso depende de uma mão-cheia de estados
Chip Somodevilla

Neste momento, os democratas têm uma probabilidade ligeiramente mais alta de manterem o poder no Senado, 54 em 100 segundo o modelo especializado do site FiveThirtyEight, mas essa vantagem diminuiu drasticamente no último mês. No Senado, os republicanos estão a defender 21 assentos e os democratas 14

Nas eleições intercalares que irão decidir o controlo do Congresso e de vários governos estaduais a 8 de novembro, cinco serão decisivos, com corridas que podem cair para os democratas ou para os republicanos: Geórgia, Pensilvânia, Wisconsin, Arizona e Nevada.

No Senado, os republicanos estão a defender 21 assentos e os democratas defendem 14. A maioria democrata no Senado é mínima, com 50 senadores para cada lado e a vice-presidente Kamala Harris a desempatar a favor do partido democrata. Isso significa que os estados com desfechos imprevisíveis vão decidir o controlo da câmara alta, com enormes repercussões para a retenção do poder junto dos democratas ou a conquista total do Congresso pelos republicanos.

Neste momento, os democratas têm uma probabilidade ligeiramente mais alta de manterem o poder no Senado, 54 em 100 segundo o modelo especializado do site FiveThirtyEight, mas essa vantagem diminuiu drasticamente no último mês. Era de 71 em 100 para os democratas a 20 de setembro.

"Tem estado a subir e a descer. Tradicionalmente, o partido do presidente não retém pelo menos uma das câmaras do Congresso nas eleições intercalares", disse à Lusa o cientista político Everett Vieira III. "A certa altura, os democratas estavam um ponto acima nas intenções de voto e agora estamos a ver um regresso às projeções de que os Republicanos vão retomar o controlo da Câmara dos Representantes e talvez do Senado".

Tudo dependerá de uma mão-cheia de corridas. A Geórgia, um estado historicamente republicano, foi uma das grandes surpresas de 2020 ao dar os seus votos do colégio eleitoral a Joe Biden e enviar dois senadores para o congresso em eleições especiais. Agora, o democrata Raphael Warnock tem de defender o seu assento e está em luta renhida contra o candidato republicano, Herschel Walker, que foi uma escolha pessoal do ex-presidente Donald Trump.

A campanha tem sido marcada por escândalos protagonizados por Walker, que defende a proibição total do aborto, mas terá pago para uma ex-namorada fazer um. As sondagens dão ligeira vantagem a Warnock, embora com uma margem muito apertada. As probabilidades de o reverendo democrata ganhar estão em 51/100 neste momento.

Na Pensilvânia, outro candidato apoiado por Donald Trump, Mehmet Oz, está a lutar para manter o lugar deixado vago por Pat Toomey no controlo dos republicanos. Mas o candidato democrata, John Fetterman, vai à frente nas sondagens. É um dos assentos do Senado com maior probabilidade de virar de um partido para o outro.

No Wisconsin, o democrata Mandela Barnes também está a tentar virar o assento do republicano incumbente Ron Johnson. Aqui, todavia, as contas mostram a tendência inversa. Johnson vai à frente e Mandela Barnes, acusado pela oposição de ser da "esquerda radical", tem estado a perder 'gás' nas sondagens.

Muito mais apertadas são as margens no Nevada, onde o republicano Adam Paul Laxalt estava atrás da democrata Catherine Cortez Masto e passou para a frente na reta final de outubro. Cortez Masto é considerada a senadora incumbente em maior risco de perder o lugar, o que significaria uma reviravolta republicana num assento democrata.

No Arizona, que Trump notoriamente perdeu em 2020, o candidato apoiado por ele, Blake Masters, está em queda livre contra o incumbente democrata Mark Kelly. Ainda assim, o Arizona é um estado-chave na corrida ao cargo de governador. A candidata republicana Kari Lake, uma negacionista da legitimidade de Joe Biden, ultrapassou a democrata Katie Hobbs em outubro e é agora a favorita à vitória.

Estas intercalares podem, inclusive, representar uma mudança dramática de alguns governos estaduais de um partido para o outro. Massachusetts e Maryland deverão passar dos republicanos para os democratas e Nevada, Wisconsin e Oregon podem passar dos democratas para os republicanos.

No que toca à Câmara dos Representantes, é quase certo que os republicanos vão retomar o controlo. O modelo especializado FiveThirtyEight indica que as probabilidades de vitória são de 81 em 100.

Aqui, os lugares que poderão fazer a diferença serão o 3º distrito do Iowa, o 13º distrito da Carolina do Norte e o 8º distrito do Colorado. As margens mais apertadas, segundo as sondagens neste momento, são no 7º distrito da Pensilvânia, o 34º do Texas, o 2º da Virginia e o 5º do Oregon.

No 22º distrito da Califórnia, o republicano lusodescendente David Valadão acabou de passar à frente do democrata Rudy Salas, que esteve em vantagem até quase ao final de outubro.

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