Internacional

Paul Mason: “É com fascismo que estamos a lidar na Rússia”

30 outubro 2022 23:05

Cristina Peres

Cristina Peres

Jornalista de Internacional

Autor de vários livros, Paul Mason quer ser deputado do Partido Trabalhista por Sheffield Central

Jornalista, comentador e escritor britânico falou ao Expresso sobre a necessidade de reformular a esquerda humanista de forma a responder ao ataque sistemático de que a democracia liberal está a ser alvo

30 outubro 2022 23:05

Cristina Peres

Cristina Peres

Jornalista de Internacional

No Folio Festival de Óbidos, no início de outubro, promoveu o seu último livro “Como Travar o Fascismo”. É uma análise do presente que identifica a tarefa dos próximos 20 anos: “Lutar até vencermos.” Paul Mason defende a reformulação da esquerda humanista para combater os ataques à democracia. Fala de moral, de memória, do exemplo das pessoas da classe trabalhadora no seio da qual cresceu, em Leigh, no centro do Reino Unido. Jornalista (“The Guardian”, “New Statesman”), radialista (Channel 4), documentarista, escritor, é agora pré-candidato a deputado por Sheffield Central com os trabalhistas.

Na sua bio do Twitter lê-se “Jornalista. Antifascista”. Vem de longe?

Começou com as imagens do campo de concentração de Bergen-Belsen, tinha eu cinco anos, em 1965, a minha mãe a dizer-me para eu não as ver. A minha mãe era meio judia, sabíamos que tínhamos antecedentes judeus. A segunda razão foi saber que o fascismo tinha sido derrotado na II Guerra Mundial e, de repente, em 1974-75, voltava a haver fascismo nas ruas do Reino Unido, gente a marchar e a fazer a saudação nazi, empunhando a Union Jack [bandeira do Reino Unido] e pedindo a deportação dos imigrantes. Combatemos os fascistas nos anos 70 e 80 e início dos 90, perseguimo-los nas ruas de Londres e, de repente, estamos num mundo em que há uma ditadura totalitária fascista na Rússia a invadir países, valas comuns a serem desenterradas e a insurreição fascista quase ocupou a legislatura americana.