Internacional

No Brasil há um combustível automóvel mais verde, feito de cana de açúcar, que resiste às crises petrolíferas e atravessa regimes políticos

29 outubro 2022 23:18

As bombas de combustível tem mais opções do que gasolina e gasóleo. O plano Pró-Álcool surgiu como resposta à crise petrolífera de 1973

andre vieira

Mais conhecido por ‘cachacinha’ (por causa do cheiro que deixava por onde circulava), o pequeno Fiat 147 debutou em 1979 e foi o primeiro automóvel a álcool produzido no Brasil. Anos antes a ditadura militar brasileira lançou o plano Pró-Álcool para evitar parte dos danos causados pela crise petrolífera de 1973. Atualmente, 70% da frota de automóveis particulares é flex e, no seu segundo mandato presidencial, Lula defendeu o etanol como combustível numa conferência da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação, em Roma

29 outubro 2022 23:18

À semelhança do que acontece em Portugal e em muitos outros países, o preço da gasolina no Brasil aumentou em 2022 e mais de 50% do valor pago pelo consumidor são taxas ou impostos. O que já é diferente no Brasil é que existem bombas onde se enchem depósitos com um combustível produzido a partir da cana-de-açúcar, que faz circular os automóveis. O programa Pró-Álcool surgiu como resposta à crise petrolífera de 1973. Diminuir a dependência energética e reduzir a frota de carros movidos a gasolina eram os grandes objetivos da ditadura militar e do Presidente Ernesto Geisel, que lançou o projeto em 1975.

O Pró-Álcool só teve eficácia prática a partir de 1979, ano em que o Ministério da Indústria e Comércio e a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores assinaram um acordo para produzir veículos movidos a álcool no Brasil. Nascia o pequeno Fiat 147, batizado de ‘cachacinha’, devido ao odor que deixava por onde circulava. Este pequeno automóvel marcou a indústria brasileira por ser o primeiro que andava a álcool, mas só surgiu porque em 1973 houve uma crise petrolífera que abalou o mundo.