Internacional

Irão: Parlamento Europeu pede que UE sancione responsáveis pela morte de jovem iraniana

Um homem mostra um cartaz contra o regime vigente no Irão, dominado pela linha dura do islão
Um homem mostra um cartaz contra o regime vigente no Irão, dominado pela linha dura do islão
MURAD SEZER/REUTERS

Durante a sessão plenária na cidade francesa de Estrasburgo, os eurodeputados aprovaram hoje por maioria uma resolução na qual condenam firmemente a morte de Mahsa Amini, apelando a uma “investigação imparcial, eficaz e sobretudo independente dos maus tratos e trágico assassínio”

O Parlamento Europeu pediu hoje à União Europeia (UE) que avance com sanções contra os funcionários iranianos responsáveis pela morte de Mahsa Amini, a jovem que morreu sob custódia policial após ser detida pela chamada polícia da moralidade iraniana.

“O Parlamento condena a morte de Mahsa Amini no Irão e pede sanções da UE contra os seus assassinos e os envolvidos na repressão dos protestos de rua que se seguiram”, indica a assembleia europeia numa nota hoje divulgada.

Durante a sessão plenária na cidade francesa de Estrasburgo, os eurodeputados aprovaram hoje por maioria uma resolução na qual condenam firmemente a morte de Mahsa Amini, apelando a uma “investigação imparcial, eficaz e sobretudo independente dos maus tratos e trágico assassínio”.

O Parlamento Europeu defende que, ao mesmo tempo, a UE deve sancionar os funcionários iranianos envolvidos na repressão do regime, nomeadamente das manifestações dos últimos dias, condenando “veementemente o uso generalizado e desproporcionado da força pelas forças de segurança iranianas contra as multidões, o que até agora resultou em muitas mortes”.

Na resolução, os eurodeputados pedem, assim, que o Conselho da UE avance para “sancionar os funcionários iranianos envolvidos tanto na morte de Mahsa Amini como na violência contra os manifestantes, ao abrigo do Regime Global de Sanções aos Direitos Humanos da UE”.

E, para a assembleia europeia, deverá ser ainda lançada uma investigação das Nações Unidas sobre os recentes acontecimentos no Irão.

O Irão tem sido palco de protestos desde que Mahsa Amini, uma jovem curda iraniana de 22 anos, morreu a 16 de setembro depois de ter sido presa em Teerão pela polícia moral por ter alegadamente violado um código de vestuário que exige que as mulheres usem o ‘hijab’, o véu tradicional muçulmano que cobre a cabeça e os ombros.

Esta semana, o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, já avançou que a UE pretende sancionar o Irão com medidas restritivas pela morte de Mahsa Amini e pela forma como as forças de segurança reagiram às manifestações desencadeadas pelo caso da jovem curda iraniana.

“Com os Estados-membros, continuaremos a examinar todas as opções à nossa disposição, incluindo medidas restritivas”, declarou Josep Borrell perante os deputados do Parlamento Europeu reunidos em sessão plenária em Estrasburgo.

O Alto Representante para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança adiantou que os ministros da tutela da UE vão analisar as possíveis medidas restritivas quando se reunirem no final de outubro, no Luxemburgo.

Mais de 150 pessoas já morreram na sequência da repressão exercida pelas forças de segurança iranianas contra os protestos, segundo denunciaram organizações não-governamentais (ONG).

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