O diretor-geral de Política Externa do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE), Rui Vinhas, expressou esta quarta-feira ao embaixador do Irão em Portugal a condenação portuguesa do “uso desnecessário e desproporcionado da força contra manifestantes pacíficos”.
Vinhas transmitiu ao diplomata iraniano “a firme condenação de Portugal pelo uso desnecessário e desproporcionado da força contra manifestantes pacíficos e pelas detenções e mortes daí resultantes”, segundo o comunicado colocado na página do MNE.
Rui Vinhas sublinhou ainda a posição do MNE de que “os direitos civis e políticos devem ser respeitados e que devem ser responsabilizados aqueles que os violam”, acrescentou-se.
Guterres pede investigação “imparcial” à morte de Mahsa Amini
Sobre aqueles protestos, o porta-voz do secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Stéphane Dujarric, disse esta quarta-feira que a ONU quer ver “o fim da violência”, pedindo ainda que o direito ao protesto pacífico seja garantido e que “as forças de segurança não usem força desproporcional ou letal contra os manifestantes”.
As Nações Unidas já expressaram em várias ocasiões a sua preocupação com o número de vítimas registadas nos protestos.
A televisão estatal iraniana afirmou há três dias que 41 pessoas morreram, mas esclareceu que esta é a sua própria contagem e não são números oficiais.
Outras fontes, como a organização não-governamental “Iran Human Rights”, com sede em Oslo, apontam para 76 mortos.
António Guterres também pediu uma investigação rápida e “imparcial” à morte de Mahsa Amini, uma jovem de 22 anos que morreu após ter sido detida pela designada Polícia da Moral.
A força policial deteve a jovem sob a acusação de falta de cumprimento das regras de vestuário para as mulheres.
A morte de Mahsa Amini desencadeou uma vaga de protestos no Irão, que têm degenerado em incidentes e confrontos com as forças policiais.
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