Internacional

Pelo menos 75 pessoas morreram no Irão em protesto contra mulher detida e morta por não respeitar uso do véu

Pelo menos 75 pessoas morreram no Irão em protesto contra mulher detida e morta por não respeitar uso do véu
D.R.

A morte de Masha Amini, com 22 anos, detida pela polícia da moralidade, está a gerar uma onda de manifestações que já gerou dezenas de mortos, segundo reporta ONG internacional

Pelo menos 75 pessoas já foram mortas no Irão na repressão das manifestações iniciadas há dez dias pela morte de uma jovem mulher detida pela polícia da moralidade, indicou esta segunda-feira a ONG anti-regime Iran Human Rights (IHR), sediada em Oslo.

As autoridades iranianas forneceram até ao momento um balanço de 41 mortos, incluindo manifestantes e forças da ordem. Referiram-se ainda à detenção de 1.200 manifestantes.

Os protestos foram desencadeados em 16 de setembro após a morte no hospital de Masha Amini, 22 anos, detida três dias antes por não respeitar o estrito código sobre o uso do véu para as mulheres na República Islâmica do Irão.

Os protestos são aos mais importantes desde os desencadeados em novembro de 2019, provocados pelo aumento dos preços dos combustíveis no Irão, e severamente reprimidos (230 mortos segundo o balanço oficial, mais de 200 segundo a Amnistia Internacional).

Segundo a IHR, uma organização não-governamental (ONG), “pelo menos 76 pessoas foram mortas nas manifestações”, incluindo “seis mulheres e quatro crianças”, nas 14 províncias do país.

A ONG garantiu que obteve “vídeos e certificados de óbito confirmando disparos de balas reais sobre os manifestantes”.

Desde a morte de Masha Amini que milhares de iranianos têm descido às ruas diariamente, muitas vezes confrontados com as forças policiais com viseiras e bastões, e que tentam impedir os protestos.

O Comité para a Proteção dos Jornalistas já referiu a cerca de 1.200 detenções pelas autoridades e hoje indicou que 120 jornalistas iranianos foram presos desde 16 de setembro.

No sábado, o Presidente conservador Ebrahim Raissi apelou às forças da ordem para agirem com firmeza contra os manifestantes, enquanto o responsável do poder judicial, Gholamhossein Mohseni Ejei, excluiu qualquer indulgência face aos “desordeiros”.

No entanto, Hossein Noori Hamedani, um importante líder religioso conservador e ardente defensor do guia Ali Khamenei, o 'grande ayatollah', apelou às autoridades para “escutarem os pedidos do povo e resolver os seus problemas”.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

Comentários

Assine e junte-se ao novo fórum de comentários

Conheça a opinião de outros assinantes do Expresso e as respostas dos nossos jornalistas. Exclusivo para assinantes

Já é Assinante?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate
+ Vistas