A Turquia atribuiu esta quarta-feira a uma "provocação da Arménia" os combates que se têm registado desde segunda-feira na fronteira deste país com o Azerbaijão e que causaram dezenas de mortes em ambos os lados.
"A Arménia continua com as suas provocações e há dois dias voltou a tomar esse passo. É claro que o Azerbaijão não podia deixar de responder ", afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Mevlüt Çavusoglu, num vídeo publicado na sua conta do Twitter.
O ministro acusou Yerevan de "queimar e destruir, bem como de colocar minas em todo o lado" ao retirar-se da área de Lachin depois de assinar um acordo de cessar-fogo com Baku em novembro de 2020, pelo que "vê-se que não tinha boas intenções".
O primeiro-ministro da Arménia, Nikol Pashinian, avançou hoje que o número de militares arménios mortos em confrontos na fronteira com o Azerbaijão aumentou para 105, mais do dobro do número de mortes anunciadas na terça-feira.
"Se queremos uma paz e estabilidade duradouras, a Arménia deve renunciar às provocações e dar passos sinceros no sentido da cooperação e da paz, tanto no que diz respeito ao Azerbaijão como a nós", concluiu o ministro.
A Arménia e o Azerbaijão acusaram-se hoje mutuamente de novos ataques.
O Ministério da Defesa turco tinha já tomado uma posição semelhante à do ministro dos negócios, considerando que "a Arménia deve abandonar a sua atitude provocadora e agressiva que mantém há anos e deve reconhecer a oportunidade de uma mão estendida para a paz".
"Estamos sempre com os nossos irmãos e sempre estaremos", escreveu a mensagem da instituição militar, referindo-se à estreita aliança militar e política entre Ancara e Baku.
Desde o início do ano, a Turquia e a Arménia estão num processo para tentar a normalização das relações diplomáticas, com reuniões regulares em Viena.
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