Internacional

Líder da UNITA declara vitória pela primeira vez nas eleições angolanas

Líder da UNITA declara vitória pela primeira vez nas eleições angolanas
JULIO PACHECO NTELA

Adalberto Costa Júnior afirmou na rede social Twitter que o seu partido venceu as eleições de 24 de agosto. Contestação segue na justiça angolana

O líder da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA, oposição) proclamou vitória nas eleições angolanas de 24 de agosto. Fê-lo pela primeira vez esta sexta-feira, através da sua conta na rede social Twitter, prometendo defender a “soberania do povo e o seu voto”.

“Angolanos, a UNITA ganhou as eleições! Vamos defender a soberania do povo e o seu voto”, escreveu Adalberto Costa Júnior, desafiando a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) a comparar as atas que tem com as que deu aos partidos da oposição e reiterando que não aceita os resultados divulgados.

A publicação de Adalberto da Costa Júnior no Twitter foi feita às 00:22, pouco tempo depois de ter divulgado uma declaração em vídeo, em que se expressou também sobre os resultados da ida às urnas, mas sem proclamar vitória.

Nessa declaração, o líder da UNITA prometeu que não vai abandonar quem votou no partido e justificou o silêncio que tem mantido sobre o assunto com os processos relacionados “com o contencioso eleitoral, cujos prazos estão a decorrer e previstos na lei”, numa referência às queixas na CNE.

A UNITA exige que a CNE compare as atas das assembleias de voto na sua posse com as atas na posse dos partidos, contestando o facto de as autoridades não indicarem sequer os dados relativos às assembleias de voto, que permitiram a contabilidade final.

Contagem paralela

O maior partido da oposição tem feito uma contagem paralela a partir das atas síntese recolhidas pelos seus delegados, “um processo sensível e complexo que se encontra agora na sua fase final”, segundo Costa Júnior. “Hoje temos muito mais dados do que há uma semana e que no dia 24 de agosto o povo votou na mudança, pelo que a UNITA e seus parceiros da Frente Patriótica Unida não reconhecem os resultados definitivos publicados esta semana pela CNE, porque estes não refletem a verdade eleitoral”, disse o presidente da UNITA, reafirmando que o MPLA não ganhou.

A Lusa tentou, em vão, contactar Adalberto Costa Júnior para obter mais informação. Segunda-feira, a CNE angolana anunciou os resultados finais, dando a vitória, com maioria absoluta, ao Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA, no poder desde 1975).

O presidente da CNE, Manuel Pereira da Silva, proclamou o MPLA e o seu candidato, o Presidenet João Lourenço, como vencedores com 51,17% dos votos e 124 deputados, seguidos da UNITA com 43,95% e 90 assentos, quase o dobro das eleições de 2017.

O Partido de Renovação Social (PRS) conquistou dois assentos no parlamento ao somar 1,14% de votos, e o mesmo número de deputados conquistaram a Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) e o Partido Humanista de Angola (PHA) com 1,06% e 1,02%, respetivamente. A coligação CASA-CE, a APN e o P-Njango não obtiveram assentos na Assembleia Nacional, que na legislatura 2022-2027 vai contar com 220 deputados.

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