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Angola: jornalista da televisão pública opôs-se “às ordens superiores” e agora teme pela vida

Hamilton Cruz no Jornal da Meia-Noite da TPA Notícias
Hamilton Cruz no Jornal da Meia-Noite da TPA Notícias
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“Mano, preciso do contacto da Amnistia Internacional, urgente!”. Foi este o teor da mensagem enviada por WhatsApp ao jornalista do Expresso pelo camarada de profissão Hamilton Cruz, que decidiu, um dia após as eleições gerais angolanas, demitir-se do principal canal de notícias do regime de Luanda, onde era o rosto do ‘Jornal da Meia-Noite’

Nelson Francisco Sul, em Luanda

Esta história começa no princípio de junho de 2022, quando Hamilton Cruz se candidatou aos castings e testes de admissão aos quadros do novo canal da Televisão Pública de Angola (TPA), que se dedicaria exclusivamente à produção de notícias 24 horas por dia. De início, contou o jornalista ao Expresso, decidiu concorrer para descobrir por que motivo a TPA prestava um mau serviço público de jornalismo há tantos anos.

“Submeti-me aos mais variados testes, nalguns dos quais eu e os restantes candidatos fomos direcionados para um pensamento partidarizado em benefício do partido no poder”, começa por contar ao Expresso o até há pouco pivô do ‘Jornal da Meia-Noite’ do recém-criado canal de notícias.

Antes do lançamento do TPA, ao longo de semanas, os jornalistas selecionados foram submetidos a exercícios de diretos simulados. Neles eram instruídos, por exemplo, a saber como poderiam comunicar da melhor forma em benefício do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), partido governante desde a independência nacional, em 1975.

Caso não o fizessem, lembra Cruz, “estaríamos a colocar-nos numa posição que não jogaria a nosso favor”. Ou seja, não integrariam os quadros do canal televisivo.

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