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Isabel dos Santos: mais uma voz a desconfiar dos resultados das eleições em Angola

Isabel dos Santos: mais uma voz a desconfiar dos resultados das eleições em Angola

Isabel dos Santos disse, no Twitter, que os resultados não mostram a vontade do povo angolano e que 83% das pessoas não acredita nos resultados. Não é a primeira a mostrar desconfiança

Isabel dos Santos mostrou, este domingo, no Twitter, alguma desconfiança em relação aos resultados das eleições em Angola. Já não é a primeira voz a vir a público a expressar desconfiança para com os resultados.

"Uma sondagem realizada ontem com 10.000 pessoas mostra que 83% não acredita nos resultados das eleições", lê-se no tweet da filha do falecido ex-presidente, José Eduardo dos Santos.

"A confiança dos eleitores é muito baixa, os resultados atuais não expressam o verdadeiro desejo do povo angolano", escreveu.

Ainda este domingo o presidente da UNITA afirmou que "há provas de que é necessário corrigir mandatos", garantindo que qualquer posição do partido relativamente ao resultado das eleições angolanas será formalmente provada.

A declaração de Adalberto Costa Júnior segue a posição do partido que, na sexta-feira, contestou uma possível vitória do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) e se encontra a desenvolver uma contagem de votos paralela, com base nas atas síntese provenientes das 18 províncias do país.

No sábado, um porta-voz da Comissão Nacional Eleitoral (CNE) declarou aos jornalistas que estavam a ser analisados os relatórios sobre votos reclamados ao nível das comissões provinciais eleitorais e só depois de todas as informações haveria resultados definitivos.

Segundo dados divulgados pela CNE, quando estavam escrutinados 97,03% dos votos das eleições realizadas na passada quarta-feira, o MPLA, no poder desde 1975, obteve 3.162.801 votos, menos um milhão de boletins escrutinados do que em 2017, quando obteve 4.115.302 votos.

Já a UNITA registou uma grande subida, elegendo deputados em 17 das 18 províncias e obtendo uma vitória histórica em Luanda, a maior província do país, conseguindo até ao momento 2.727.885 votos, enquanto em 2017 obteve 1.800.860 boletins favoráveis.

Ainda este domingo, o deputado Porfírio Silva (PS), que integrou a missão de observação da CPLP às eleições de 24 de agosto em Angola, apelou hoje aos angolanos para “que façam um esforço para esclarecer tudo, todas as dúvidas que existem”.

“Há coisas a corrigir. Isso parece-me claro”, vincou Porfírio Silva, em declarações à Lusa. Segundo o responsável, a própria missão de observação eleitoral da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) “identificou deficiências relevantes no processo que têm de ser corrigidas: o acesso dos candidatos aos órgãos de comunicação social, que deve ser igualitário e não foi. Isso é, obviamente, um aspeto importante”.

Também a Sociedade Civil Contestária (SCC), grupo informal que congrega vários ativistas, pediu respeito pela vontade popular expressa nas urnas, segundo uma nota publicada este domingo no Facebook.

Entretanto, o descontentamento ou desconfiança para com os resultados já levou a mais que palavras. A Polícia Nacional de Angola deteve dois homens envolvidos em atos de vandalismo e arruaça, na província da Lunda Sul, por estarem insatisfeitos com os resultados provisórios das eleições.

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