28 agosto 2022 22:28

amanda perobelli/reuters
A diplomacia brasileira, hoje, está a anos-luz da trajetória construída desde a redemocratização, nos anos 80, quando o país aderiu aos tratados internacionais de direitos humanos. No Governo atual, há uma permissão implícita para ridicularizar a China, as questões indígenas, ambientais e o jornalismo. O país que tinha um papel de liderança na América Latina perdeu o protagonismo
28 agosto 2022 22:28
Há 20 anos, o jornalista Jamil Chade percorre os corredores da ONU, em Genebra, e acompanha a política externa brasileira. Nunca tinha visto nada parecido com o que tem ocorrido nos últimos quatro anos. “Somos olhados com frustração, é como se nos perguntassem: Como vocês chegaram a isso? O que foi feito daquele país que representava esperança?”
Para Chade, o Governo Bolsonaro tenta reinventar o Brasil no mundo. Não isolar, como muita gente diz. “O Brasil não se retirou dos debates internacionais, se manteve justamente para desmantelar as instituições por dentro. O Governo pediu e foi eleito para o Conselho de Direitos Humanos da ONU e lá dentro tem desmontado consensos e valores. É extremamente ativo na destruição. Quando começa a votar em termos de família e mulher é próximo dos mais radicais islâmicos.”