Arrancaram há instante as quintas eleições gerais angolanas. O Presidente da República e cabeça de lista do MPLA, João Manuel Gonçalves Lourenço, que concorre para um segundo mandato, votou uma hora depois do arranque (8h03min).
Acompanhado da sua esposa e também candidata a deputada pela lista do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), Ana Afonso Dias Lourenço, e de outros membros do seu partido, o Presidente cessante fez uma curta declaração à imprensa, minutos depois de ter exercido o seu direito de voto: "Já votamos. Acabamos de cumprir com o nosso dever cívico", disse o candidato do partido do governo, a meio a empurrões dos seguranças presidenciais aos jornalistas.
Quem também já exerceu o direito de voto é o presidente da União Nacional para Independência Total de Angola (UNITA), Adalberto Costa Júnior, ladeado da sua esposa (Wikstoslavy Costa Júnior) e de várias figuras de proa do partido do 'Galo Negro'. Na Escola Estrela da Manhã - 28 de Agosto, localizada no município do Kilamba Kiaxi, o principal opositor ao regime de Luanda, transmitiu uma mensagem de esperança.
"Fiquei satisfeito, votei no meio do meu povo, entretanto, constatei que está ser feita sem cadernos eleitorais. Mas vamos todos ao voto, hoje é um dia histórico e espero que todos votem e possamos cumprir com a festa", disse Adalberto da Costa Júnior.
Numa ronda efetuada pelo Expresso em várias assembleias de voto, tanto nos centros urbanos como nas zonas periféricas da capital Luanda, foi possível aferir a adesão enorme dos eleitores logo nas primeiras horas do dia. O mesmo cenário ocorre nas restantes 17 províncias do país. Muitos jovens estão ávidos de votar pela primeira vez e mostram-se, de facto, preocupados com o rumo do país. Entretanto, registam-se atrasos em algumas assembleias de voto, e com isso, muitos eleitores já começam a demonstrar falta de paciência.
Regista-se, igualmente, uma forte presença de operativos da segurança em várias artérias da cidade, em sinal de prevenção para eventuais distúrbios ou convulsão social. Ontem mesmo, um dia antes do pleito, o porta-voz do comando-geral da Polícia Nacional para o asseguramento eleitoral, comissário Orlando Bernardo, que falava à televisão pública, garantiu essa “prontidão” dos órgãos de segurança “para possíveis reações energias da alteração da ordem publica”. A referência é uma reação contra o movimento cívico “votou, sentou”, incentivado pelo principal rival-político do Presidente Lourenço, Adalberto Costa Júnior, que apela aos eleitores a não regressarem a casa de modo a exigir a contagem dos votos e a publicação dos resultados nos locais da votação.
Nestas eleições gerais estão, sobretudo, em avaliação os cinco anos de mandato de João Lourenço, o terceiro presidente do país africano e ex-colónia de Portugal. São, no total, 8 candidatos à Cidade Alta, nomeadamente MPLA, UNITA, APN, FNLA, PHA, P-NJANGO, PRS e a coligação CASA-CE.
A partir de quinta-feira começam a ser divulgados os primeiros resultados provisórios, num exercício que pode levar 15 dias até à divulgação dos resultados finais. Em 2017, a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) levou 14 para divulgar os resultados definitivos.
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