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Angola: Resultados apertadissimos entre MPLA e UNITA nas mesas de votação, sondagem prevê 53,6% para partido no poder

A revelação dos resultados está reservada por lei à Comissão Nacional Eleitoral (CNE)
A revelação dos resultados está reservada por lei à Comissão Nacional Eleitoral (CNE)
PAULO NOVAIS

Uma ronda por algumas mesas de voto em Luanda permite concluir que o resultado será disputado entre os dois maiores partidos, MPLA, no poder há 47 anos, e UNITA, até agora o maior na oposição. Comissão Nacional de Eleições declara não poder prever quando serão revelados os primeiros resultados provisórios: "A contagem dos votos está decorrer"

Nelson Francisco Sul, em Luanda

Está encerrado a votação nas quintas eleições gerais de Angola desta quarta-feira, dia 24 de agosto. Neste momento fazem-se a contagem dos votos e os resultados à boca das várias assembleias, onde o Expresso se encontra a fazer uma radiografia, não deixam margem para dúvidas sobre uma luta renhida entre os dois principais partidos, o MPLA e a UNITA.

Nas mesas de votos, onde os votos são contabilizados, em muitos casos à luz de vela, só se ouvem "UNITA; MPLA, UNITA, MPLA", e raramente são mencionados os demais partidos. A apreensão começa a tomar conta dos delegados de listas, dos escrutinadores, secretários e dos presidentes de mesas. Tudo indica que o vencedor destas eleições terá uma "vitória amarga", ou seja, apertadíssima.

Tal como vários analistas previam, estas eleições são aquelas em que os alicerces com que foram erguidos a longevidade do MPLA, ao longo de 47 anos, correm o risco de ruir.

Entretanto, a realidade em Luanda onde há maior contestação contra o Governo do Presidente João Lourenço, pode mudar de figura nas restantes províncias do país, sobretudo no Cunene, Kwanza Norte, Bengo, Huíla e Kuando Kubango, que são províncias onde raramente há episódios anti-governamentais.

Enquanto isto, no estado-maior do "Kremlin", como também é conhecida a sede do Movimento Popular de Libertação de Angola, o momento é de apreensão e silêncio. O mesmo se passa na "Sovismo", onde está instalada o estado-maior da contagem paralela do partido do Galo Negro, liderado por Adalberto Costa Júnior.

Apesar de se terem registado algumas anomalias um pouco por todo país, onde foram registado a detenção de elementos ligados ao principal partido na oposição, havendo ainda denúncia de delegados de listas quem não foi autorizados a aceder algumas assembleias de voto, no geral, as eleições decorreram de forma ordeira e pacífica.

Sondagem da TPA prevê 53% de votos para o MPLA

Uma sondagem de intenção de voto realizada pelo instituto Sigma Dos e revelada pela Televisão Pública de Angola (TPA) esta quarta-feira à noite prevê 53,6% de votos no MPLA (61,7% em 2017) e 42,4% (26,7% em 2017) na UNITA. Em terceiro lugar a grande distância ficaria a CASA-CE com 1,7% dos votos.

Segundo o estudo de opinião, a votação na UNITA subiria relativamente a 2017, porém, o MPLA manteria a maioria, já que num total de 220, elegeria entre 122 e 130 deputados. À UNITA caberiam entre 85 e 93.

Em atualização

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