Internacional

Angola. Trasladação do antigo Presidente Eduardo dos Santos antecipa encerramento da campanha do MPLA

João Manuel Gonçalves Lourenço fez neste sábado, na capital angolana, o seu último discurso público na qualidade de candidato do partido do Governo, o MPLA. O discurso que proferiu no distrito do Camama, arredores de Luanda, marca uma viragem na sua busca pelo segundo mandato.

O encerramento abrupto da campanha eleitoral do MPLA, que estava previsto para a próxima segunda-feira, dia 22, foi antecipado depois da ex-mulher do antigo chefe de Estado, Ana Paula dos Santos, e dos seus três filhos em comum (Joseana, Eduane e Breno dos Santos), ganharem a batalha judicial sobre a custódia do cadáver de José Eduardo dos Santos, que os opunha aos cinco filhos mais velhos.

Segundo um comunicado do Governo angolano, os restos mortais do ex-Presidente de Angola chegam na tarde deste sábado a Luanda, numa altura em que a disputa judicial que opõe as duas fações da família Dos Santos ainda não transitou em julgado em território espanhol, depois dos filhos mais velhos Isabel, José Filomeno, Welwitschea, Joess e José Eduardo Paulino iterem interposto um recurso aceite pelo tribunal de Barcelona.

José Eduardo dos Santos foi Presidente de Angola entre 1979 e 2017
José Eduardo dos Santos foi Presidente de Angola entre 1979 e 2017
ALEXANDER JOE/Getty Images

Fica por esclarecer como é que o governo de Angola e a ex-mulher do ex-chefe de Estado conseguiram trasladar o corpo, havendo um recurso em tramitação.

"Arrancaram-te dos meus braços". Foi assim que reagiu a filha mais velha, Isabel dos Santos, que numa publicação nas redes sociais disse que "o ódio dos homens falou mais forte hoje".

Fonte do Expresso avança que o Governo liderado por João Lourenço pretende realizar, já próxima segunda-feira, dois dias antes das eleições, o funeral do homem que governou o país por quase quatro décadas.

Um magistrado angolano que preferiu não ser identificado disse ao Expresso que, havendo um enterro em Luanda, “a ausência dos filhos maiores”, nas exéquias do seu pai, “trará no futuro sérios problemas de naturezas sociológica, antropológica, política e social”. “Não adianta realizar o enterro contra a vontade dos filhos mais velhos”, preconizou.

No encerramento da sua campanha eleitoral, João Lourenço repetiu as promessas que foi fazendo ao longo de 28 dias em que discursou em atos políticos de massa. Sobre a trasladação do corpo de Eduardo dos Santos nenhuma palavra foi dita.

A provável realização do funeral do antigo chefe de Estado angolano e líder do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), José Eduardo dos Santos, que pode ocorrer dois dias antes das eleições da próxima quarta-feira, forçou a antecipação do encerramento da campanha eleitoral do partido governante desde a independência nacional em 1975.

Nelson Francisco Sul, em Luanda

João Manuel Gonçalves Lourenço fez neste sábado, na capital angolana, o seu último discurso público na qualidade de candidato do partido do Governo, o MPLA. O discurso que proferiu no distrito do Camama, arredores de Luanda, marca uma viragem na sua busca pelo segundo mandato.

O encerramento abrupto da campanha eleitoral do MPLA, que estava previsto para a próxima segunda-feira, dia 22, foi antecipado depois da ex-mulher do antigo chefe de Estado, Ana Paula dos Santos, e dos seus três filhos em comum (Joseana, Eduane e Breno dos Santos), ganharem a batalha judicial sobre a custódia do cadáver de José Eduardo dos Santos, que os opunha aos cinco filhos mais velhos.

Segundo um comunicado do Governo angolano, os restos mortais do ex-Presidente de Angola chegam na tarde deste sábado a Luanda, numa altura em que a disputa judicial que opõe as duas fações da família Dos Santos ainda não transitou em julgado em território espanhol, depois dos filhos mais velhos Isabel, José Filomeno, Welwitschea, Joess e José Eduardo Paulino iterem interposto um recurso aceite pelo tribunal de Barcelona.

José Eduardo dos Santos foi Presidente de Angola entre 1979 e 2017
ALEXANDER JOE/Getty Images

Fica por esclarecer como é que o governo de Angola e a ex-mulher do ex-chefe de Estado conseguiram trasladar o corpo, havendo um recurso em tramitação.

"Arrancaram-te dos meus braços". Foi assim que reagiu a filha mais velha, Isabel dos Santos, que numa publicação nas redes sociais disse que "o ódio dos homens falou mais forte hoje".

Fonte do Expresso avança que o Governo liderado por João Lourenço pretende realizar, já próxima segunda-feira, dois dias antes das eleições, o funeral do homem que governou o país por quase quatro décadas.

Um magistrado angolano que preferiu não ser identificado disse ao Expresso que, havendo um enterro em Luanda, “a ausência dos filhos maiores”, nas exéquias do seu pai, “trará no futuro sérios problemas de naturezas sociológica, antropológica, política e social”. “Não adianta realizar o enterro contra a vontade dos filhos mais velhos”, preconizou.

No encerramento da sua campanha eleitoral, João Lourenço repetiu as promessas que foi fazendo ao longo de 28 dias em que discursou em atos políticos de massa. Sobre a trasladação do corpo de Eduardo dos Santos nenhuma palavra foi dita.

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