Um juiz federal norte-americano determinou, nesta quinta-feira, que o governo dos EUA redigisse e divulgasse uma versão das declarações usadas para justificar o mandado de busca pelo FBI. Na última semana, as autoridades procuraram algum material altamente sensível e ultrassecreto na mansão e clube privado do antigo presidente norte-americano Donald J. Trump.
O juiz Bruce E. Reinhart alegou, como adianta o jornal "The New York Times", que havia partes do depoimento que “poderiam presumivelmente ser dados a conhecer". Não cabia a Bruce E. Reinhart, segundo o juiz, decidir "se essas partes [tornadas públicas] serão significativas para o público ou para os media".
A decisão do juiz Reinhart foi considerada "surpreendente" pela imprensa norte-americana. O "New York Times" observa que a determinação constitui um meio-termo entre a posição do Departamento de Justiça, que queria manter o depoimento em total sigilo enquanto a investigação acerca do desvio de documentos confidenciais por Trump prosseguia, e um grupo de organizações defensoras da liberdade de imprensa, que solicitou que o conteúdo fosse tornado público na íntegra.
As declarações de mandado – que são escritas e que exigem, por parte dos agentes federais, um juramento antes de quaisquer buscas – contêm informações detalhadas acerca de investigações criminais e são quase sempre mantidas sob sigilo até que as acusações sejam apresentadas.
Na sua decisão, o juiz Bruce E. Reinhart ordenou ainda que o governo lhe enviasse, sob sigilo, as propostas de redação do mandado até ao meio-dia da próxima quinta-feira. Em seguida, como explicou, analisará as sugestões e decidirá se concorda com o proposto. "Será um processo cuidadoso e ponderado", justificou o representante da justiça.
Donald Trump afirmou, na semana passada, que a polícia federal esteve a fazer buscas na sua propriedade imobiliária em Mar-a-Lago. No entanto, o FBI só pode realizar esse tipo de busca com autorização judicial e, para concedê-la, o juiz deve avaliar como provável que tenha sido cometido um crime.
Nem o FBI ou o Departamento de Justiça, do qual depende, deram explicações sobre a ação. Foi o próprio Donald Trump que garantiu, naquela circunstância, que a sua casa tinha sido "sitiada, invadida e ocupada por um grande grupo de agentes do FBI".
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