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Juiz ordena que Departamento de Justiça divulgue justificações que sustentaram as buscas na mansão de Trump

Donald Trump
Donald Trump
James Devaney

Esta decisão surge na sequência de uma forte pressão, por parte da imprensa dos EUA, para que fosse publicado de forma integral o depoimento dos agentes federais envolvidos nas buscas

Um juiz federal norte-americano determinou, nesta quinta-feira, que o governo dos EUA redigisse e divulgasse uma versão das declarações usadas para justificar o mandado de busca pelo FBI. Na última semana, as autoridades procuraram algum material altamente sensível e ultrassecreto na mansão e clube privado do antigo presidente norte-americano Donald J. Trump.

O juiz Bruce E. Reinhart alegou, como adianta o jornal "The New York Times", que havia partes do depoimento que “poderiam presumivelmente ser dados a conhecer". Não cabia a Bruce E. Reinhart, segundo o juiz, decidir "se essas partes [tornadas públicas] serão significativas para o público ou para os media".

A decisão do juiz Reinhart foi considerada "surpreendente" pela imprensa norte-americana. O "New York Times" observa que a determinação constitui um meio-termo entre a posição do Departamento de Justiça, que queria manter o depoimento em total sigilo enquanto a investigação acerca do desvio de documentos confidenciais por Trump prosseguia, e um grupo de organizações defensoras da liberdade de imprensa, que solicitou que o conteúdo fosse tornado público na íntegra.

As declarações de mandado – que são escritas e que exigem, por parte dos agentes federais, um juramento antes de quaisquer buscas – contêm informações detalhadas acerca de investigações criminais e são quase sempre mantidas sob sigilo até que as acusações sejam apresentadas.

Na sua decisão, o juiz Bruce E. Reinhart ordenou ainda que o governo lhe enviasse, sob sigilo, as propostas de redação do mandado até ao meio-dia da próxima quinta-feira. Em seguida, como explicou, analisará as sugestões e decidirá se concorda com o proposto. "Será um processo cuidadoso e ponderado", justificou o representante da justiça.

Donald Trump afirmou, na semana passada, que a polícia federal esteve a fazer buscas na sua propriedade imobiliária em Mar-a-Lago. No entanto, o FBI só pode realizar esse tipo de busca com autorização judicial e, para concedê-la, o juiz deve avaliar como provável que tenha sido cometido um crime.

Nem o FBI ou o Departamento de Justiça, do qual depende, deram explicações sobre a ação. Foi o próprio Donald Trump que garantiu, naquela circunstância, que a sua casa tinha sido "sitiada, invadida e ocupada por um grande grupo de agentes do FBI".

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