Um mandado de busca que foi divulgado pelo jornal "The Washington Post" revela que o FBI apreendeu 11 conjuntos de documentos confidenciais na residência de Donald Trump em Mar-a-Lago, na Flórida, no início desta semana. De acordo com a publicação norte-americana, os documentos deveriam encontrar-se em instalações especiais do Governo.
Uma pilha de documentos está marcada com as inscrições "TS/SCI" (informações confidenciais/altamente secretas), o nível reservado para informações que podem causar danos "excecionalmente graves" à segurança dos EUA. Donald Trump negou, no entanto, a ocorrência de qualquer irregularidade, dizendo que os documentos não eram classificados, nem altamente secretos.
Entre as mais de 20 caixas, pastas de fotografias e uma carta de perdão ao consultor político Roger Stone, um aliado de longa data de Trump, estavam 11 coleções de materiais classificados. Também foram recuperadas informações sobre o "Presidente de França", embora ainda não tenha sido esclarecido a que se referia o documento. Além dos documentos ultrassecretos, a lista inclui três conjuntos de "documentos secretos" e três conjuntos de documentos "confidenciais".
O Departamento de Justiça pediu a um tribunal que tornasse público um documento de sete páginas, incluindo o mandado, na quinta-feira. Trata-se de uma medida considerada rara durante uma investigação em curso. O mandado indica que os agentes do FBI estão a investigar possíveis violações da Lei de Espionagem, segundo a qual é ilegal manter ou transmitir informações de segurança nacional potencialmente perigosas.
A remoção de documentos ou materiais classificados é proibida por lei. É, aliás, um crime pelo qual Trump aumentou as penas enquanto estava no cargo, sendo agora punível com até cinco anos de prisão. O mandado observa que os locais revistados em Mar-a-Lago incluem uma área chamada "escritório 45" e salas de armazenamento, mas não suites privadas usadas por Trump e pela sua equipa.
Em comunicado divulgado na sua plataforma "Truth Social", Trump afirmou que os documentos recuperados pelo FBI foram "todos desclassificados" e armazenados em segurança. O antigo presidente norte-americano disse que estaria disposto a entregar os papéis antes que o mandado de busca fosse cumprido. "Eles poderiam tê-lo quando quisessem, isto é, há muito tempo", argumentou Donald Trump. "Tudo o que eles tinham de fazer era pedir.".
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