“A guerra pode começar com um único acidente”, resume o perito em relações internacionais Luís Tomé, no rescaldo da visita de Nancy Pelosi a Taiwan, esta semana. Depois de alertar para as consequências que a visita teria para a paz na região, Pequim levou a cabo exercícios militares de envergadura (com fogo real), bloqueou a ilha em seis frentes e lembrou que o espaço aéreo e marítimo na região não era internacional, mas chinês. O avião que transportava a presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos teve de fazer um desvio por causa da demonstração de força chinesa.
Já esta quinta-feira, as forças armadas chinesas dispararam “múltiplos mísseis balísticos” nas águas que circundam a ilha, disse o Ministério da Defesa taiwanês, condenando “ações irracionais que minam a paz regional” e atribuindo o ataque ao Partido Comunista Chinês. O Exército Popular de Libertação da China confirmou o lançamento de mísseis, explicando ter-se tratado de “um ataque com mísseis convencionais multirregionais e de vários modelos em águas predeterminadas da parte leste da ilha de Taiwan”, e que “todos os mísseis atingiram o alvo com precisão”. Segundo a televisão estatal chinesa CCTV, a operação irá durar até domingo.
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