Baltasar Garzón é controverso. Enquanto juiz, liderou as investigações mais marcantes em Espanha e internacionalmente. Pinochet, crimes do franquismo, ETA, caso Gürtel (corrupção no Partido Popular) foram alguns dos processos que o celebrizaram e lhe custaram inimigos, três processos judiciais e uma condenação. Ficou 11 anos impedido de exercer. Passou à advocacia e, entre outros clientes, tem Julian Assange. Nesta entrevista ao Expresso, fala sobre as ameaças ao Estado de direito e à justiça, que denuncia no recente livro “Los disfraces del fascismo”.
O espaço que os partidos de extrema-direita estão a ganhar não é reflexo da falência do sistema democrático?
Mais do que isso, é consequência do que designo por burocratização do poder e do sistema democrático. Quando se esquece que a política se faz em contacto com a sociedade e não nos escritórios, em lutas de poder, cria-se um espaço que é ocupado por forças emergentes, como as de extrema-direita. Estamos a pagar as consequências. Veja-se Andaluzia. Sempre foi predominantemente progressista. A explicação que encontro para ter deixado de o ser é o esquecimento do contacto com a cidadania, um distanciamento que outros aproveitaram.
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