O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) indicou esta terça-feira que espera a recuperação de perdas anuais estimadas de um bilião de dólares (949 mil milhões de euros), causadas por má gestão dos oceanos. Ao abrigo da “Promessa Oceânica”, o objetivo é que até 2030 cem países costeiros “atinjam o potencial máximo das suas economias azuis”, através de ações sustentáveis, indicou a organização em comunicado.
“É a nossa visão de economia azul que se compromete a apoiar a recuperação de cerca de um bilião em perdas socioeconómicas anuais causadas por má gestão do oceano. Esta visão vai guiar o nosso trabalho à medida que enfrentamos as crises multidimensionais do nosso oceano, causadas por pesca excessiva, poluição, perda de habitat, espécies invasoras e claro, alterações climáticas”, disse Usha Rao-Monari, administradora associada da PNUD, em conferência de imprensa.
Rao-Monari observou que nos últimos dez anos o apoio ao desenvolvimento para a economia dos oceanos rondou 1300 milhões de dólares (1234 milhões de euros) por ano.
Pesca 100% sustentável
“É um efeito em cadeia, porque os humanos não só perdem vida saudável como os empregos e meios de subsistência são profundamente afetados pela perda de vida debaixo de água”, disse. “Se optarmos por uma abordagem de ‘negócios como de costume’ num cenário de uso de combustíveis fósseis, muitas espécies dos oceanos, ecossistemas e a segurança alimentar e meios de subsistência de milhares de milhões de pessoas enfrentam ameaças existenciais.”
Andrew Hudson, que lidera o programa de governança da água e oceanos do PNUD, descreve que o projeto pretende tornar a pesca de grande escala 100% sustentável e reverter o impacto da poluição dos mares. E deu o exemplo da pesca de atum no Oceano Pacífico central ocidental, que representa cerca de 60% do abastecimento mundial de atum, para descrever que é uma promessa “quantitativa” e “mensurável”.
“Os nossos esforços lá durante os últimos cerca de 15 anos a trabalhar com os países e agências competentes das ilhas do Pacífico está a transformar toda a pesca de atum em 100% sustentável. É um exemplo dos tipos de impactos transformacionais que estes investimentos estratégicos concentrados e de longo prazo podem ter. Esperamos replicar este tipo de abordagem”, explicou Hudson.
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