Internacional

Boris Johnson mantém voos de deportação para o Ruanda apesar das críticas

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson
O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson
HANNAH MCKAY/REUTERS

Ações em tribunal não dissuadem Governo conservador de deportar migrantes para o país africano. Críticas vieram da oposição parlamentar e não só

O primeiro-ministro britânico afirmou esta terça-feira que o seu Governo não será “intimidado nem afetado”. Boris Johnson assegura que vai prosseguir com o plano de enviar migrantes ilegais para o Ruanda.

Durante o conselho de ministros semanal, Johnson garantiu que as numerosas críticas, “algumas de quadrantes ligeiramente inesperados”, não vão dissuadi-lo de adotar a política controversa, que também foi contestada nos tribunais.

A iniciativa do Executivo conservador foi criticada pela oposição parlamentar, organizações humanitárias, líderes religiosos e, segundo o jornal “The Times”, também, em privado, pelo príncipe Carlos, herdeiro da coroa.

“Vamos manter o nosso objetivo, que é o de garantir que fazemos uma distinção clara — que penso que todos podem apreciar ser justa e razoável — entre imigração legal para este país por vias seguras e legais, que apoiamos, defendemos e protegemos, porque todos compreendemos os benefícios que traz, e migração ilegal perigosa através do Canal da Mancha, que pretendemos travar”, justificou o primeiro-ministro.

Voo com lotação incerta

O líder conservador manteve que a deportação para o Ruanda de candidatos a asilo recém-chegados, sobretudo homens solteiros, é a única forma de demover os bandos criminosos que organizam a travessia marítima de França para a Grã-Bretanha.

Johnson passou esta mensagem horas antes de o primeiro voo descolar para o país africano, esta noite, embora ainda não se saiba quantos imigrantes estarão a bordo, devido a uma série de ações judiciais individuais pendentes nos tribunais britânicos.

O Executivo anunciou que o avião vai partir mesmo que transporte apenas um passageiro, a fim de criar um precedente para os traficantes de pessoas.

O Tribunal de Recurso britânico recusou, segunda-feira, suspender a descolagem de aviões até julho. Está previsto para esse mês um julgamento para determinar se o plano do Governo é legal, na sequência de uma ação judicial intentada por sindicatos e organizações não-governamentais.

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