
Entre vigílias proibidas e símbolos retirados, as referências ao massacre de há 33 anos são cada vez menos
Entre vigílias proibidas e símbolos retirados, as referências ao massacre de há 33 anos são cada vez menos
Jornalista da secção internacional
Quando, na noite de 3 para 4 de junho de 1989, o exército chinês abriu fogo sobre a sua própria população, Fengsuo Zhou insistiu em continuar na Praça Tiananmen. Todavia, a vontade de permanecer na rua foi levada a debate e outro dirigente estudantil declarou que prevalecera a opção de abandonar o local. Apesar de o instinto não ser de fuga, o choque estava instalado. “Era muito difícil compreender. Não conseguia acreditar”, descreveu Zhou ao Expresso. A principal praça da capital chinesa estava ocupada por estudantes universitários há semanas. Apelavam a reformas em prol das liberdades de imprensa e de expressão e da divulgação do património dos dirigentes políticos. Até que as tropas avançaram.
Passados quase 33 anos, os acontecimentos mantêm-se vívidos. “Para mim é muito claro. Às vezes não consigo encaixar a sequência das coisas, mas a imagem, o cheiro, a memória ainda estão muito vivos”, descreve Zhou. “Muitas pessoas escolheram fugir disto, porque é inconveniente, é trauma, mas para mim é um dever. Todos os anos surgem novos detalhes que não conhecia.”
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