Filipe VI quer modernizar a monarquia espanhola para lhe salvar a reputação. Governo de Sánchez ajuda

O rei Filipe VI e o Governo de Espanha puseram em marcha iniciativas importantes no processo de regeneração da Casa Real, gravemente afetada nos últimos anos devido aos escândalos, sobretudo financeiros, protagonizados por Juan Carlos I, pai e antecessor do atual soberano. Por um lado, o monarca tomou a decisão pessoal de tornar público e detalhar o seu património económico, gesto inédito na monarquia espanhola. Por outro, o Governo aprovou por decreto — fórmula de legislar que contorna o Parlamento — uma vasta reorganização da estrutura administrativa da Casa do Rei, que pretende torná-la mais transparente, eficiente e atual.

Fontes próximas do Palácio da Zarzuela, sede da monarquia, desvinculam estas medidas do possível regresso temporário a Espanha do rei emérito, após dois anos de exílio forçado em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, sob proteção do emir. Encerrados os processos judiciais contra Juan Carlos, este anunciou a intenção de voltar ao país de vez em quando, de forma discreta e privada, para ver amigos e família.