Internacional

Ucrânia. Tudo o que já se sabe sobre a chamada telefónica de Putin e Biden (que durou uma hora)

12 fevereiro 2022 18:15

FOTO | Getty Images

Esta foi a primeira conversa direta entre os dois líderes desde 30 de dezembro. O Ocidente acusa a Rússia de ter reunido dezenas de milhares de tropas junto à fronteira da Ucrânia para invadir novamente o país. A Rússia nega essa intenção, mas condiciona o desanuviamento da crise a várias exigências

12 fevereiro 2022 18:15

Joe Biden e Vladimir Putin falaram este sábado ao telefone para discutirem a situação na Ucrânia, num momento marcado pela crescente tensão sobre uma eventual invasão russa da ex-república soviética. Durante a conversa entre os dois chefes de Estado, que durou uma hora, o Presidente norte-americano avisou o homólogo russo de que os EUA estão “preparados” para outros cenários que não a diplomacia. As informações foram avançadas aos jornalistas acreditados na Casa Branca, um dia depois de Biden ter ligado aos parceiros da NATO para avisar que invasão da Ucrânia pode estar por dias.

“A ligação segura entre o Presidente Biden e o presidente russo Putin foi concluída às 12h06 [locais]”, avançou a Casa Branca, sobre uma conversa terminada às 17h06 de Lisboa. Biden falou com Putin a partir da residência oficial em Camp David, no Estado de Maryland, para onde foi sexta-feira à tarde. Esta foi a primeira conversa direta entre os dois líderes desde 30 de dezembro, quando Biden e Putin deixaram claras as diferenças sobre a Ucrânia.

A conversa surgiu um dia depois de os EUA terem pedido aos seus cidadãos que deixem o território ucraniano nas próximas 24 a 48 horas devido à “clara possibilidade” de a Rússia atacar a Ucrânia durante as Olimpíadas de Inverno, que decorrem até ao próximo dia 20 de fevereiro em Pequim. Apenas algumas horas antes da ligação, o governo dos EUA ordenou que 160 membros da Guarda Nacional da Florida (uma das suas unidades de reserva militar) deixassem a Ucrânia como medida de extrema precaução.

O secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, ordenou “o reposicionamento temporário” desses 160 reservistas que estão na Ucrânia desde novembro passado, anunciou o Departamento de Defesa em comunicado. Aqueles efetivos estão colocados na 53.ª Brigada de Combate de Infantaria e prestaram assessoria e treino às Forças Armadas da Ucrânia nos últimos meses. Depois de deixar a Ucrânia, os 160 reservistas serão colocados noutros países europeus.

O Ocidente acusa a Rússia de ter reunido dezenas de milhares de tropas junto à fronteira da Ucrânia para invadir novamente o país, depois de lhe ter anexado a península da Crimeia em 2014, e de apoiar, desde então, uma guerra separatista no Donbass (leste ucraniano).

A Rússia nega essa intenção, mas condiciona o desanuviamento da crise a exigências que diz serem necessárias para garantir a sua segurança, incluindo garantias de que a Ucrânia nunca fará parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO).

Até ao momento, Portugal desaconselha viagens para a Ucrânia mas não fala em retirada. Já Marcelo Rebelo de Sousa prefere não se pronunciar sobre a tensão em solo ucraniano. União Europeia recomenda aos funcionários não essenciais em Kiev que saiam do país e façam teletrabalho