Desmond Tutu, arcebispo emérito sul-africano e vencedor do Prémio Nobel da Paz de 1984 pelo seu ativismo contra o Apartheid, morreu este domingo aos 90 anos, anunciou o atual Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa.
"A morte do arcebispo emérito Desmond Tutu é um novo capítulo de luto na despedida da nossa nação a uma geração de sul-africanos excecionais que nos legaram uma África do sul liberta", homenageou o presidente.
Tutu era uma símbolo da luta não-violenta contra o apartheid que entre 1948 e 1994 condenou milhões da maioria negra a viverem sem direitos nem liberdade.
Depois do fim deste regime e da libertação de Nelson Mandela que seria eleito nas primeiras eleições livres do país, Desmond Tutu liderou a Comissão pela Verdade e Reconciliação que pretendia esclarecer os piores crimes cometidos durante o regime racista. Os trabalhos duraram até 1998 e produziram 3500 páginas divididas em cinco volumes que foram entregues em mão pelo religioso a Mandela.
Os algozes que estivessem dispostos a falar foram amnistiados ou condenados a penas reduzidas mas nem assim a verdade veio toda ao de cima. "Queríamos obter a unidade da nação e a reconciliação", disse Tutu que foi dos primeiros a falar de uma "nação arco íris", objetivo parcialmente atingido num país ainda ensombrado pela violência.
Nascido em 1931 em Klerksdorp Tutu foi professor e estudou teologia, tendo–se tornado o primeiro arcebispo anglicano negro da Cidade do Cabo e Joanesburgo.
Há vinte anos que lutava contra um cancro na próstata, luta perdeu este domingo, aos 90 anos.
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