“Os Países Baixos vão entrar em confinamento novamente a partir de amanhã [este domingo]. Os Países Baixos vão voltar a fechar.” Foi com estas palavras que Mark Rutte, primeiro-ministro neerlandês, anunciou no sábado que o país vai voltar a parar para conter o avanço da variante Ómicron.
A poucos dias do Natal, há vários locais que receberam ordem para fechar portas: lojas de comércio não essencial, bares, ginásios e outros espaços públicos vão encerrar até meados de janeiro do próximo ano, pelo menos. Só os funerais são permitidos, e os eventos desportivos vão realizar-se sem espectadores nas bancadas. Os restaurantes apenas podem trabalhar em regime de take-away.
Além disso, só são permitidos um máximo de dois convidados com mais de 13 anos para casa de cada agregado familiar - ou quatro durante as noites de comemorações natalícias e de Ano Novo. As escolas vão permanecer fechadas até 9 de janeiro, no mínimo. Já este domingo, cidades como Roterdão e Amesterdão usaram as contas municipais no Twitter para lamentar o grande movimento nas ruas, apelando aos cidadãos para que fiquem em casa.
Mark Rutte disse que estas medidas eram “inevitáveis”. Se não fossem tomadas, apontou o governante, os hospitais ficariam numa situação "inimaginável”. Neste momento, os Países Baixos registam 14,701 novos casos por dia de covid-19, numa média a sete dias. A média diária de mortos também é elevada: 49 óbitos.
Para diminuir estes números, o governo neerlandês recomendou também que todos os cidadãos com mais de 18 anos recebam a terceira dose da vacina contra a covid-19 no início do próximo ano, sendo que o executivo aponta que esse processo deverá começar em meados de janeiro, após serem realizados os agendamentos.
Neste momento, 73,5% da sua população ilegível está vacinada com duas doses no país - bastante abaixo do que se regista em Portugal. A campanha de vacinação continua a decorrer: o objetivo das autoridades de saúde é vacinar um milhão de pessoas durante a próxima semana.
Os Países Baixos são o país europeu a aplicar medidas mais severas para conter o avanço da Ómicron, mas não o único: também este sábado, a Dinamarca fechou teatros, salas de espetáculos, museus e outros espaços públicos; e a Irlanda impôs um recolher obrigatório às 20h00, além de limitar o número de espectadores em eventos em espaços fechados (mas também ao ar livre). “Nada disto é fácil. Estamos todos exaustos com a covid-19 e as suas restrições. Mas é a realidade com que temos de lidar”, disse o primeiro-ministro irlandês, Micheál Martin. Por sua vez, França, Áustria e Chipre aumentaram as restrições de viagens.