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Ómicron: a nova variante do coronavírus saltou a letra ξ para não ofender o Presidente da China

Ómicron: a nova variante do coronavírus saltou a letra ξ para não ofender o Presidente da China
Pavlo Gonchar/SOPA/Getty Images

A Organização Mundial da Saúde “saltou” duas letras do alfabeto grego na escolha do nome da nova variante do SARS-CoV-2. Uma para evitar confusões sonoras. Outra para não arreliar a China

Ómicron: a nova variante do coronavírus saltou a letra ξ para não ofender o Presidente da China

Pedro Cordeiro

Editor da Secção Internacional

Sexta-feira o mundo habituou-se a novo vocábulo no léxico da pandemia de covid-19: a nova variante que se propagava em África com copiosas mutações, levando a Organização Mundial da Saúde (OMS) a considerá-la preocupante e suscitando novas restrições às liberdades, passava de B.1.1.529 a ómicron. Se o nome não foi escolha casual, ele tampouco resulta da sequência normal da ordem do alfabeto grego, utilizado desde maio para referir as variantes.

Houve saltos linguísticos e políticos. Se a letra nu (ν, o ‘n’ grego) foi evitada porque poderia ser confundida com a palavra ‘new’ (novo em inglês), a candidata seguinte, seguindo a lógica aplicada até agora, seria xi (ξ). Ora Xi é também o apelido do Presidente da China, Xi Jinping (em chinês o apelido vem antes do nome próprio).

Ómicron (ο) é a 15.ª letra do alfabeto grego, semelhante em forma gráfica e som à do ‘o’ latino, também ele 15.ª no nosso alfabeto. Foi a 31 de maio deste ano que a OMS decidiu utilizar letras gregas para designar as variantes do coronavírus SARS-CoV-2 (para lá de referências científicas como B.1.1.529), para facilitar o entendimento e evitar estigmas geográficos do género “variante indiana” ou “variante inglesa”.

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