Steve Bannon entrega-se ao FBI, acusado de não cooperar na investigação à invasão do Capitólio

Acusado de desrespeito pelo Congresso dos Estados Unidos por se ter recusado a cooperar numa investigação à invasão do Capitólio, a 6 de janeiro deste ano, Steve Bannon entregou-se ao FBI esta segunda-feira, noticiaram vários meios de comunicação americanos. O antigo conselheiro do ex-Presidente Donald Trump deverá ser presente a tribunal durante a tarde.

Sobre Bannon pendem, desde sexta-feira, duas acusações de desrespeito por não ter obedecido à intimação para fornecer documentos e prestar depoimento, no passado dia 14 de outubro, sobre o ocorrido em Washington a 6 de janeiro. Arrisca 30 dias a um ano de cadeia e multa de 100 a 1000 dólares (87 a 870 euros).

Em janeiro uma turba de apoiantes de Trump invadiu o edifício onde ficam a Câmara dos Representantes e o Senado quando decorria nas duas câmaras do Congresso a certificação dos resultados das presidenciais de novembro de 2020, que o milionário republicano perdeu para o democrata Joe Biden. Dos tumultos causados resultaram cinco mortes.

“Vamos derrubar o regime de Biden”

A resignação a obedecer às autoridades teve contraponto no comentário que Bannon fez a caminho da sede do FBI na capital do país: “Vamos derrubar o regime de Biden”. Ia acompanhado do seu advogado, David Schoen, que defendeu Trump no segundo processo de destituição, em janeiro passado.

O causídico argumentou várias vezes que as comunicações entre Trump e Bannon são confidenciais. O mesmo motivo fora dado por Mark Meadows, ex-chefe de gabinete de Trump, para se recusar a cooperar. O advogado deste declarou-se “surpreso e desapontado” por as autoridades continuarem a exigir o material pedido pelo Congresso. É previsível uma batalha jurídica sobre esta questão.

O procurador-geral dos Estados Unidos, Merrick Garland (o cargo inclui as funções de ministro da Justiça) prometeu “mostrar ao povo americano, por palavras e atos, que o departamento [de Justiça] respeita o Estado de Direito, segue os factos e aplica justiça com igualdade ao abrigo da lei”. A seu ver as acusações contra Bannon “refletem o compromisso sólido do departamento com estes princípios”.