Dois altos generais norte-americanos afirmaram esta terça-feira que aconselharam o Presidente dos Estados Unidos da América a não retirar as forças militares do Afeganistão - uma informação que contradiz Joe Biden, que anteriormente tinha garantido que ninguém o aconselhou a manter a presença militar dos EUA no país.
Durante um testemunho ao Senado dos EUA esta terça-feira, o general Kenneth McKenzie, líder do comando central norte-americano, disse que no início deste ano que recomendou que cerca de 2500 militares ficassem no Afeganistão - caso contrário, o exército afegão iria colapsar perante os talibãs em pouco tempo, algo que acabou por se verificar. Além disso, McKenzie garantiu que no ano passado recomendou a manutenção de 4500 militares, neste caso ainda à Administração Trump.
Em resposta ao senador Jim Inhofe, o general disse que não iria revelar a sua “recomendação pessoal” ao Presidente, mas afirmou que esta sua “opinião pessoal” formou a sua recomendação.
Além disso, McKenzie garantiu que falou com Biden sobre a recomendação do general Scott Miller, comandante do exército norte-americano no Afeganistão até julho, que também era a favor de manter alguns milhares de militares no terreno - tal como o próprio confirmou na semana passada. “Eu estava presente quando essa discussão ocorreu e estou confiante de que o Presidente ouviu todas as recomendações e refletiu bastante sobre elas”, afirmou McKenzie.
Em agosto, Joe Biden foi confrontado numa entrevista à ABC com esta pergunta: os seus assessores conselheiros militares não lhe disseram “nós devemos manter 2500 tropas?” A resposta do Presidente foi esta: “Não. Ninguém me disse isso que eu me lembre”.
O general Mark Milley também foi ouvido esta terça-feira no Senado: confirmou que concordava com a ideia de deixar 2500 tropas no Afeganistão, mas recusou-se a classificar a resposta de Biden como “falsa”: “Não vou caracterizar uma declaração do Presidente dos EUA”, respondeu.
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