Quando passam 20 anos sobre o atentado de 11 de setembro contra as Torres Gémeas, o Expresso publica uma entrevista com o Seal Robert O'Neil. Esta é a segunda parte da conversa com o homem que abateu Osama bin Laden
Robert O´Neil é o Seal Team Six que matou o fundador da Al-Qaeda, Osama Bin Laden, em maio de 2011. Neste excerto da entrevista dada ao Expresso (a edição impressa de 27 de agosto publica uma versão mais extensa, com dados exclusivos da missão), a propósito do 20º aniversário do atentado de 11 de setembro, descreve a mentalidade incutida no seio daquelas forças especiais, cujo período de instrução de nove meses elimina oito de cada dez candidatos. Reflete, ainda, sobre a vida e a morte, que, após mais de 400 missões, recusa banalizar.
“Bin Laden tinha milhões de pessoas em todo o mundo que o idolatravam. Naquela noite em que o matei, o filho de dois anos estava ao seu lado. Certamente, amava o pai. Há um conjunto de emoções complexo em tudo isto”.
No seu livro, “The Operator”, descreve o treino de um Seal Team Six como um “longo processo doloroso, supervisionado por sociopatas”. Porque é que escolheu essa carreira?
Por acaso.
Como assim?
Quando fazemos planos para a vida, deus ri-se de nós. Tudo acontece ao contrário, ou pelo menos de forma diferente. Escolhi a carreira militar porque era tempo de deixar uma pequena cidade do Montana. Tive alguns desgostos de amor. Tentei alistar-me nos Marines, mas na tarde em que fui ao centro de recrutamento estava lá apenas um oficial da marinha, que me perguntou porque é que eu preferia os Marines. Disse-lhe que queria ser um “sniper" porque sou caçador desde criança. Ele explicou-me que os melhores “snipers" estão na marinha - os “Navy SEALs” - e convenceu-me. Tudo isto passou-se numa tarde.
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