Derrotado no Iraque e na Síria, o autodenominado Estado Islâmico alimentou-se do permanente estado de guerra e instalou-se no Afeganistão. Com as tropas estrangeiras de saída do país, o sangrento atentado junto ao aeroporto indicia que os novos tempos com os talibãs no poder continuarão a ser de guerra
“O que mais temíamos está a acontecer agora no Afeganistão: os talibãs estão no poder e o Estado Islâmico é os novos talibãs.” Se a dupla explosão em Cabul, junto ao aeroporto, que matou pelo menos 73 pessoas, motivou, nas redes sociais, mensagens de choque e revolta por mais uma tragédia no país, no Twitter o afegão Habib Khan, que vive na capital, procurou ser racional e projetar, em poucas palavras, a negra realidade que aguarda os afegãos.
No momento em que as tropas estrangeiras estão de saída do Afeganistão, e os Estados Unidos veem 13 fuzileiros serem mortos quando se julgavam protegidos dentro do aeroporto, os temidos talibãs surgem como a única frente de resistência e combate ao autodenominado Estado Islâmico (Daesh), que reivindicou o duplo atentado.
Se havia muitos receios em relação à futura governação talibã, esta chacina (que matou também pelo menos 60 civis afegãos) faz temer o pior em relação ao futuro do país.
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