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Afeganistão. Reino Unido vai prosseguir com operações no aeroporto de Cabul, garante Boris Johnson

Afeganistão. Reino Unido vai prosseguir com operações no aeroporto de Cabul, garante Boris Johnson
WPA Pool/Getty Images

Johnson falava após uma reunião do gabinete interdepartamental de crise, conhecido por COBRA, que convocou na sequência do ataque em Cabul

O Reino Unido vai manter as operações no aeroporto de Cabul, apesar dos atentados que esta quinta-feira mataram mais de uma dezena de pessoas, incluindo fuzileiros norte-americanos, anunciou o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson. "Vamos continuar a nossa operação. E estamos agora a chegar ao fim, ao fim mesmo", disse Boris Johnson, citado pela agência France-Press (AFP).

Johnson falava após uma reunião do gabinete interdepartamental de crise, conhecido por COBRA, que convocou na sequência do ataque em Cabul. "Claramente, o que este ataque mostra é a importância de continuar este trabalho tão rápida e eficazmente quanto possível nas horas restantes, e é isso que vamos fazer", disse o primeiro-ministro britânico.

Johnson disse que a "esmagadora maioria" dos afegãos elegíveis e as suas famílias já saíram do Afeganistão, no âmbito da operação interacional de resgate de estrangeiros e nacionais afegãos. Boris Johnson reiterou que espera que os talibãs permitam a saída daqueles que "desejem deixar o Afeganistão" depois de 31 de agosto, dia agendado para a retirada final das forças internacionais.

Na quarta-feira, o Reino Unido anunciou que tinha retirado de Cabul 11.474 pessoas desde 13 de agosto, incluindo quase 7.000 afegãos. Boris Johnson disse hoje de manhã que o número de pessoas retiradas do Afeganistão pelas forças britânicas aumentou para "cerca de 15.000".

O Ministério da Defesa do Reino Unido anunciou na rede social Twitter que "não foram relatadas quaisquer baixas" entre os seus militares ou funcionários governamentais nas explosões em Cabul.

O porta-voz principal dos talibãs, Zabihullah Mujahid, disse à AFP que os atentados de hoje mataram entre 13 e 20 pessoas, segundo informações recolhidas pelo seu grupo, que condenou o ataque. Fontes hospitalares locais citadas pelos 'media' afegãos disseram que o ataque provocou pelos menos 15 mortos e mais de 60 feridos.

O porta-voz do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, John Kirby, disse que há vários militares norte-americanos entre os mortos e feridos. "Confirmamos que vários militares foram mortos no complexo ataque ao aeroporto de Cabul. Vários outros foram feridos", afirmou o porta-voz do Pentágono.

O embaixador dos EUA em Cabul disse aos seus funcionários que quatro fuzileiros norte-americanos morreram e três ficaram feridos numa das explosões, noticiou o jornal The Washington Post.

As duas explosões tiveram como alvos um dos portões de acesso ao aeroporto, controlado por militares norte-americanos e britânicos, e o hotel The Baron, situado nas proximidades. Os meios de comunicação locais divulgaram imagens mostrando vários corpos no local do ataque, bem como pessoas feridas a serem levadas para hospitais. Os 'media' afegãos disseram que pelo menos a primeira explosão foi de grande potência.

Este foi o primeiro ataque a ter lugar na capital afegã desde que os talibãs assumiram o controlo do Afeganistão, em 15 de agosto. O ataque ocorreu quando milhares de afegãos se encontravam fora do aeroporto de Cabul numa tentativa de fugir do país em voos de resgate organizados pelas forças internacionais.

Os Estados Unidos e vários dos seus aliados tinham alertado desde quarta-feira à noite para a possibilidade de um ataque na zona do aeroporto.

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