A tensão em redor do aeroporto de Cabul aumenta a cada dia que passa. Ao desespero de milhares de afegãos que tentam apanhar boleias das últimas tropas estrangeiras que estão de saída do Afeganistão, somam-se agora informações credíveis que apontam para a possibilidade de “um ataque terrorista iminente” e “altamente mortífero” naquela zona da capital afegã.
No centro das preocupações está o “Estado Islâmico — Província Khorasan” (Daesh-K), um braço da organização terrorista que está ativo no Afeganistão, e que posiciona-se no terreno como um inimigo dos talibãs.
Abordando este perigo, o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, defendeu esta quarta-feira que a ameaça terrorista não é “teórica” mas “um perigo real”. “Por um lado, gostaríamos de ter o máximo de tempo possível para retirar o máximo de pessoas possível.” Ao mesmo tempo, “se ficarmos além de 31 de agosto, sobretudo se não tivermos pelo menos uma espécie de consentimento tácito dos talibãs, o perigo de ataques aumenta.”
Os receios em relação a um ataque terrorista foram já sublinhados por vários países, o último dos quais o Reino Unido, esta quinta-feira. “Há agora um relato muito, muito credível de um ataque iminente”, afirmou James Heappey, secretário de Estado das Forças Armadas.
Reino Unido, Estados Unidos e Austrália emitiram alertas aconselhando os seus nacionais que ainda estão no Afeganistão a abandonarem a zona do aeroporto. As autoridades australianas referiram-se a “uma ameaça contínua e muito alta de ataque terrorista”.
Com a segurança a degradar-se aceleradamente nas imediações do aeroporto, os vários países que têm em curso operações aéreas de retirada de pessoas do Afeganistão, começaram a deixar de realizar mais voos. Bélgica e Dinamarca já o fizeram, os Países Baixos prevêm terminar esta quinta-feira e a França na sexta.
A retirada das últimas tropas estrangeiras em missão no Afeganistão tem de ficar concluída até 31 de agosto.
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