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Afeganistão no xadrez geopolítico: vitória dos talibãs só será completa com a paz, mas é difícil acreditar em “retoques de maquilhagem”

Afeganistão no xadrez geopolítico: vitória dos talibãs só será completa com a paz, mas é difícil acreditar em “retoques de maquilhagem”
Getty

Depois da vitória “operacional e tática”, os talibãs procuram o reconhecimento do seu poder. Precisam de se afastar da imagem de violência de outrora para o conquistarem, dizem os especialistas ouvidos pelo Expresso, que consideram haver razões para manter “reservas” quanto à efetiva mudança do movimento. Certo é que “o xadrez geopolítico da Ásia Central está a ser redesenhado”, com a comunidade internacional “refém dos acontecimentos”

Afeganistão no xadrez geopolítico: vitória dos talibãs só será completa com a paz, mas é difícil acreditar em “retoques de maquilhagem”

Mafalda Ganhão

Jornalista

Com a imprevisibilidade a manter-se, dois lugares refletem por estes dias a incerteza e o caos em que mergulhou o Afeganistão desde a tomada de poder dos talibãs. Em Cabul, o aeroporto é o sinónimo do desespero e da urgência para sair. O movimento que tomou o poder no país quer demonstrar que controla as áreas em redor, mas a NATO fala já em 20 vítimas mortais, mantendo-se a confusão. Já no vale de Panjshir concentram-se os que querem resistir. Ahmad Massoud, uma das principais figuras da oposição, avisou que uma nova guerra civil será inevitável sem um acordo que contemple a partilha de poder.

“Enfrentamos a União Soviética, seremos também capazes de enfrentar os talibãs”, afirmou à estação televisiva Al Arabiya o filho de Ahmad Shah Massoud, comandante afegão assassinado pela Al-Qaeda em 2001, dois dias antes do 11 de setembro.

A resposta está a caminho. O movimento talibã anunciou este domingo que “centenas”de combatentes seguem em direção ao vale “para o controlar”, dado “as autoridades locais do estado se terem recusado a entregá-lo pacificamente”.

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